Milhares de conteúdos são compartilhados diariamente na internet. Em uma sociedade polarizada, com notícias falsas se espalhando como vírus, algumas medidas de segurança e checagem de dados já são adotadas para proteger o usuário da desinformação. Novos métodos, porém, estão surgindo e tornando cada vez mais difícil distinguir o que é ou não real, como a tecnologia deep fake.
Desde de vídeos do Tom Cruise no TikTok realizando tarefas cotidianas até discursos falsos de presidentes, como Barack Obama e Zelensky, as mídias ‘deep fake’ que entretém também representam uma ameaça em potencial à segurança das pessoas e de organizações.
Com o auxílio de uma Inteligência Artificial, a tecnologia deep fake é capaz de sincronizar movimentos, falas, trocar imagens do rosto e outros detalhes, criando um vídeo falso a partir de um real.
Para Wanderson Castilho, perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, esse tipo de conteúdo representa um risco que exige a consciência de todos, principalmente ao compartilhar mídias com pessoas que têm menos conhecimento digital.
“É muito importante ter um olhar crítico antes de compartilhar qualquer vídeo. Caso receba algum conteúdo suspeito, ainda que reforce seu ponto de vista, pare e assista inúmeras vezes, em todas as velocidades, para ficar mais fácil constatar imperfeições” alerta.
5 dicas para reconhecer uma deep fake
Para auxiliar usuários a distinguir o que é real do que é falso, Castilho separou cinco dicas, confira:
Observe os movimentos dos olhos e da boca: Apesar do avanço da tecnologia, movimentos robóticos ainda podem entregar quando uma mídia é falsa. O perito sugere ampliar a imagem do vídeo, observar a sincronização dos lábios com as falas, nariz desalinhado do queixo, excesso ou falta de piscadas, entre demais comportamentos pouco naturais.
Escute bem os áudios: Visto que o maior objetivo dos vídeos falsos são as imagens, falhas nos áudios podem passar despercebidas. Ouça atentamente e busque por ruídos, perceba se a voz está abatida, se os movimentos estão alinhados à boca e se o tom da voz está compatível com as emoções expressadas.
Atenção às emoções: Avalie se as emoções estão precisas e se os movimentos corporais condizem com o que está sendo dito.
Observe as cores: Para Castilho, a qualidade da imagem é um ponto importante. Ele pontua que vídeos com cenas muito claras ou com mudanças repentinas no tom de pele, principalmente ao redor da boca, são um grande indicativo de que você está diante de um vídeo falso. Atente-se também a vídeos com muito desfoque e pouca nitidez.
Veja o vídeo em tela maior: Reproduzir o vídeo em uma resolução maior pode ajudar a perceber as falhas com mais facilidade.
Use o senso crítico
Para concluir, o especialista diz que o uso do senso crítico é uma das principais medidas a serem tomadas antes de compartilhar vídeos e imagens sem saber a veracidade — uma vez que essas tecnologias estão cada vez mais avançadas.
“Pesquise de onde saiu a informação, e se foi veiculada em outros veículos, compare, e caso não tenha sido de um veículo confiável, certamente é uma notícia falsa” finaliza.
Por: Giovana Pignati