Uma startup piauiense está realizando testes com um protótipo de tecnologia que capta vibrações sonoras, para inclusão de pessoas surdas durante shows. Os testes foram realizados na apresentação de Lil Whind (Whindersson Nunes) no Rock in Rio e aconteceram novamente durante o festival GiraSol em Teresina em que Lil Whind também fez show.
No Rock in Rio, participaram do teste duas pessoas surdas de nascença, incluindo a jovem Maria Rita, estudante que deu origem à sigla que nomeia o aparelho: MR. A estudante conheceu o projeto quando a startup levou o suporte tecnológico para escola em que estuda.
Após o contato, Maria Rita se questionou sobre como a robótica poderia ajudar no processo de inclusão de pessoas surdas em ambientes como shows, festas e outros eventos culturas; e a partir daí, o protótipo do MR passou a ser desenvolvido.
O sócio fundador da startup, o físico Gildário Lima, esteve presente durante o teste realizado no evento. Segundo ele, foram realizadas alterações no protótipo após o teste realizado em show de Whindersson em Teresina, em junho de 2022. Este foi o quarto teste realizado com o equipamento, e pela primeira vez, está 100% móvel, facilitando a mobilidade do usuário.
A estudante surda Maria Rita, natural do Ceará, e o digital influencer carioca também surdo Alex Bill, estiveram pela primeira vez participando de um show em área livre e com a mobilidade independente ao usar o protótipo. Segundo Maria Rita, a experiência foi muito importante para ela, que se sentiu incluída no evento.
“Foram realizadas mudanças no design, ergonomia e adicionamos uma bateria. O protótipo agora tem 100% de mobilidade” contou Gildário.
Festival em Teresina
Pessoas surdas testam aparelho inclusivo no festival GiraSol em Teresina
De acordo com Gildário, um novo teste foi feito durante a apresentação de Lil Whind em Teresina, neste domingo (18), e a partir daí a startup visa buscar com investidores e outras empresas uma maneira de tornar a tecnologia mais acessível ao público.
“Iremos disponibilizar um manual de montagem e todos os itens necessários para que laboratórios de robótica como os da TRON, possam reproduzir. Também vamos pensar em uma parceria para uma possível versão comercial, porém acessível” completou o físico.
Durante o show na capital piauiense, mais pessoas puderam participar do momento e Whindersson Nunes comentou sobre o que o aparelho estava proporcionando às pessoas, lembrando do seu filho.
Tecnologia usada no MR
Gildário explicou que a tecnologia usada no projeto MR, que recebe esse nome em homenagem a uma aluna surda de uma escola que usava o método TRON, e a partir dos questionamentos da estudante Maria Rita, o projeto foi desenvolvido; consiste em um dispositivo que percebe sons em dois níveis.
Gildário contou ainda que além do MR, a TRON ainda possui outros projetos que serão desenvolvidos, como o protótipo de uma cadeira de rodas de baixo custo, que será executado após a finalização do MR.
Importância de Whindersson no projeto
O humorista piauiense, segundo Gildário, tem um papel fundamental no desenvolvimento dos projetos desenvolvidos pela startup, já que além de financiador Whindersson é um incentivador da inclusão de pessoas com deficiência.
“Ele passa a fazer parte dessa startup, ele comprou a ideia, por ser uma startup que surgiu no Piauí, e que está tendo impacto nacional e que revolucionando a inserção de tecnologia nas escolas por meio do método TRON. E segundo, porque ele é um grande defensor da inclusão e de como a tecnologia pode propiciar isso”, falou ele.