sábado,23 novembro, 2024

Como as cidades inteligentes podem transformar a mobilidade e transporte

As Cidades Inteligentes são definidas por diversos indicadores como capital humano, economia, meio ambiente, governança, planejamento urbano, tecnologia, mobilidade e transporte e diversos outros fatores. Cada vez mais cidades pelo mundo buscam alcançar esse conceito, entendendo a necessidade de se preocupar com o futuro tanto no âmbito social e econômico, como na preservação do meio ambiente.  

Pensando em todos esses indicadores, os municípios brasileiros buscam, de maneira ainda muito tímida, estratégias de transporte e formas de os cidadãos acessarem os espaços de maneira justa, saudável e ambientalmente correta. O primeiro ponto a refletir no âmbito da mobilidade urbana, levando em conta os princípios de sustentabilidade e conservação ambiental defendidos pelas cidades inteligentes, é que veículos movidos à combustão, que utilizam combustíveis como gasolina, álcool e diesel, são os maiores produtores de gases poluentes.  

Embora o Brasil dê passos lentos rumo à eletrificação total do setor automotivo, diversos outros países já tomaram medidas importantes para reduzir a emissão de gases poluentes. A Europa, por exemplo, já prevê a retirada obrigatória de veículos movidos à combustão a partir de 2035, com a retirada desses veículos das concessionárias e substituição por automóveis elétricos.  

Com essa medida a Comissão Europeia busca acelerar a transição para veículos 100% elétricos, reduzindo a emissão de CO2 em 55% até 2030 se comparado com a década de 90, além de neutralizar a emissão de carbono até 2050. A medida está em processo de aprovação, e prevê ainda a não venda de híbridos e híbridos plug-in (recarregáveis na tomada) e não venda de comerciais leves a diesel também será proibida. Bem como a gasolina, GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e outros tipos de combustíveis. 

Outra alternativa que irá ajudar na preservação do meio ambiente são os carros movidos à hidrogênio. Enquanto os veículos essencialmente elétricos dependem de uma bateria que alimenta um propulsor movido à eletricidade, os carros movidos à hidrogênio queimam o material como se fosse gasolina ou etanol, ou ainda são aqueles que fazem uso das células de combustível, transformando essa queima do componente químico em energia elétrica.  

Dos três modelos de veículos citados, os carros movidos à eletricidade e à célula de combustível são considerados zero emissão.  

Mas anterior a essas ideias sobre mobilidade e transporte, um município, para aderir a esse indicador de cidades inteligentes, precisa entender quais são gargalos do sistema de transporte público e quais os fluxos mais comuns. Entendidas as necessidades e desafios do município, cabe ao gestor e sua equipe, fazer o uso da tecnologia para oferecer soluções eficazes e ambientalmente corretas dentro das possibilidades existentes. 

Semelhante em estética aos populares bondes, muito comuns até meados da década de 70, o modal Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) oferece inúmeros benefícios ao meio ambiente e à população. Movidos a eletricidade ou biodiesel e rápidos, o VLT auxilia na mitigação de dois gargalos: atende a necessidade dos trabalhadores conforme o fluxo e reduz a emissão de gases poluentes.  

O VLT transita sobre trilhos na altura das vias ou sobre elas, por isso se incorporam à estética da cidade e ainda reduzem os ruídos, já são silenciosos se comparados aos veículos movidos à combustão. Além dos benefícios econômicos e ambientais, esse meio de locomoção impacta diretamente na qualidade de vida das pessoas, gerando impacto social.  

O modal conhecido como Ônibus de Trânsito Rápido (BRT) pode transitar com até 40 quilômetros por hora e capacidade de passageiros até 30% a mais que o VLT. O custo é menor para se aderir a esse modal, já que não há necessidade de instalação de trilhos, mas sim uma via segregada. Diante de todos esses benefícios, o BRT pode ainda não ser a melhor alternativa, já que os ônibus são movidos a diesel, portanto esse modelo de transporte possui um impacto ambiental negativo. 

Adotar o transporte não motorizado também é uma solução viável tanto do ponto de vista econômico como ambiental. O uso de ciclovias e ciclofaixas ainda otimiza o tempo de locomoção e favorece a saúde. Na capital holandesa Amsterdã, 40% da população utiliza bicicleta para ir ao trabalho, 40% fazem o uso de transporte de público e só 20% se locomovem de carro. No Brasil esse modal ainda é pouco utilizado, mas a adoção de ciclovias é primeiro passo para alcançar essa transformação rumo à mobilidade e transporte do futuro.  

As cidades inteligentes precisam repensar o transporte e mobilidade para aderirem a modais mais sustentáveis, integrados e eficientes, para isso, é fundamental otimizar a infraestrutura urbana. A tecnologia também é um fator importante. Entre tantos usos, ela é capaz de fornecer informações em tempo real, ajudando a orientar sobre o status de cada modal, das vias, acidentes, etc. Pensar na mobilidade urbana de uma cidade inteligente também implica no acesso da população à cultura, ciência, arte, economia e inovação através da facilidade de chegar a museu, teatro, trabalho, centro comercial e parques.  

Texto: Milena Vilar

Milena Vilar
Milena Vilarhttp://www.360news.com.br
Milena Vilar é jornalista de Inovação no 360 News apaixonada pela escrita criativa. Escreve colunas de opinião sobre Inovação, Cidades Inteligentes, Cultura, Sociedade eMulheres. Produz matérias dos mais diversos temas, promovendo transformação de ideias e informando com seriedade.

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