A Prefeitura de Várzea Grande deve sinalizar positivamente ao governo do Estado para a abertura de novos leitos para tratamento da covid-19. A informação é uma resposta a um pedido do governador Mauro Mendes (DEM), que na tarde de domingo (7) emitiu nova mensagem aos prefeitos, preocupado com a situação da pandemia no estado.

De acordo com a Prefeitura, uma proposta deve ser enviada com a possibilidade de abertura de 15 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), além da intenção de transformar leitos de enfermaria da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ipase, que é referência para covid-19, em leitos semi-intensivos. Seriam, no caso, mais 20 leitos para atender situações de mais complexidade.

Segundo o secretário de Comunicação Marcos Lemos, a abertura dos 15 leitos de UTI seria feita no Pronto-Socorro Municipal, na ala destinada a Rede Cegonha. Por lá as UTIs já estão prontas e equipadas, sendo necessária apenas a transferência das gestantes e puérperas para o Hospital e Maternidade Santa Helena, em Cuiabá.

Conforme Lemos, essa transferência é feita por convênio e é a negociação mais “fácil” dentre as possibilidades. Ele lembrou que em 2020 essa movimentação já foi feita e que, para se repetir, depende da liberação de vagas no hospital cuiabano.

Já a outra proposta de Várzea Grande, de transformar os leitos da UPA Ipase, seria mais complexa. Isso porque o local não tem os equipamentos que seriam necessários para o funcionamento dos leitos semi-intensivos. Para tanto, demandariam de pactuação com o governo federal e estadual. No entanto, a sinalização do governo estadual é de dificuldade na compra de equipamentos e contratação de profissionais.

“Tudo isso é muito burocrático, mas como está nessa pressão por não termos mais vagas, pode ser que as coisas andem mais depressa”, disse o secretário.

Uma terceira proposta também é estudada pelo município. Seria o arrendamento de UTIs junto a um hospital privado de Várzea Grande, o São Lucas. O total de UTIs não foi informado. Essa tratativa, segundo o secretário de Comunicação, também é mais demorada, uma vez que o município ainda estuda como fazer a contratação desses leitos hospitalares.

As propostas, porém, ainda são discutidas com o governo estadual.

Pedido de ajuda

Em um áudio enviado aos 141 gestores municipais nesse domingo (7), o governador Mauro Mendes destacou que Mato Grosso chegou ao colapso na saúde pública, com – até aquele momento – quase 100% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Por isso, questionou quem teria a possibilidade de abrir novos leitos de enfermaria para tratamento da covid-19.

“É para que a gente consiga atendê-las antes que elas fiquem muito graves para precisar de uma UTI. Porque às vezes o cidadão está com 20%, 30% de comprometimento pulmonar, e se ele vai antecipadamente para uma enfermaria, recebe o tratamento correto, recebe um pouco de oxigênio, isso vai evitar que ele precise de uma UTI, de uma internação mais grave, que hoje nós não temos condições no estado do Mato Grosso e praticamente em lugar nenhum do Brasil”, justificou, em sua mensagem.

Na manhã desta segunda-feira, o município de Cuiabá também informou, durante coletiva de imprensa, a intenção de abrir novas vagas de UTI. O prefeito explicou que seriam leitos de retaguarda e que a Prefeitura deve fazer um novo comunicado sobre a situação na quarta-feira (10).

Covid-19

Segundo a última atualização da Secretaria de Estado de Saúde (SES), ao fim da tarde de ontem haviam 476 pessoas internadas em UTIs públicas, e outras 412 em enfermarias. A taxa de ocupação das UTIs é apontada como 98%. Contudo, a SES já informa lista de 59 pessoas aguardando vagas em leitos hospitalares.

Da Redação – Elisa Ribeiro

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