Além de cliques, visualizações de páginas e outros aspectos de interação, as buscas também são parte do rol de dados que é compartilhado pelos sites com parceiros do ramo da publicidade. Uma nova pesquisa descobriu que oito em cada 10 dos sites mais populares da internet coletam as pesquisas realizadas pelos utilizadores em suas ferramentas internas, dividindo tais informações para uso em ações de marketing direcionado.
Esse uso escaparia até mesmo de bloqueios de rastreamento, fazendo parte da solicitação HTTP enviada pela rede aos serviços. Foi o que descobriu uma pesquisa do Norton Labs, laboratório de pesquisa da empresa de segurança, que usou um robô para analisar o que é trocado entre usuários e sites durante o acesso para descobrir que, em 81,3% dos casos, há mais sendo compartilhado do que os usuários imaginam.
A ideia, segundo os especialistas, vai além da meta demonstração de interesse por um produto ou serviço, para que anúncios relevantes sejam exibidos. Ao não deixar claro que os resultados de buscas são compartilhados, os sites podem acabar expondo informações pessoais ou sensíveis dos usuários, ferindo a privacidade deles ou gerando dados que eles não gostariam de ver sendo espalhados por aí. O estudo descobriu que apenas 13% dos sites analisados deixam esse uso explícito, enquanto 75% usam termos genéricos para se referirem a esse compartilhamento.
Na maior parte dos casos analisados, os termos de busca foram enviados a parceiros de publicidade através de URLs ou headers de referenciamento, com 75% e 71% dos casos. Tal envio também pode acontecer por meio de pacotes ou outros métodos, enquanto, em alguns casos, a troca de informação é criptografada e não pôde ser analisada pela NortonLifeLock — a empresa acredita, porém, que mesmo assim, os dados faziam parte do que era trocado com a rede e os parceiros.
Como a pesquisa chegou à conclusão que sites vazam pesquisas para empresas de publicidade
A análise realizada pela empresa de segurança envolvendo um milhão de sites entre diferentes segmentos, indo desde os tradicionais compartilhadores dos segmentos de vendas e viagens até outros, mais sensíveis. O time, por exemplo, encontrou essa prática em páginas adultas ou voltadas para conteúdo de saúde, em mais casos de informações que, provavelmente, os usuários não gostariam de ver sendo trocadas por aí.
Infelizmente, há pouco que eles possam fazer quanto a isso, já que mesmo os tradicionais bloqueadores de rastreio não são capazes de agir contra resultados de busca que aparecem em requisições. Entretanto, versões mais modernas dos navegadores Firefox e Chrome, por exemplo, incluem sistemas que permitem controlar o que é enviado no header, pelo menos, reduzindo o compartilhamento de informações.
Na outra ponta, porém, os usuários podem usar bloqueadores de anúncios e outras ferramentas que impeçam o carregamento de páginas direcionadas. Isso, também, poderá acabar bloqueando a aparição de elementos que possam compartilhar dados, servindo como ataque colateral à prática.
Fonte: Norton Life Lock
Por: Felipe Demartini