A chegada da quinta geração de rede de internet móvel, o 5G, tem o potencial de provocar uma revolução na indústria, no campo e nos meios de transporte do Brasil – e muitas empresas já estão de olho nisso. É o que aponta Marcelo Braga, presidente e líder de Technology da IBM Brasil. “O 5G vai abrir uma avenida de oportunidades e estamos sendo procurados para desenvolver projetos nessa área”, afirmou o executivo no Think on Tour São Paulo 2022, evento que reuniu clientes e parceiros da IBM na quarta-feira (31) no prédio da Fundação Bienal, em São Paulo.
Segundo o especialista, as evoluções para o 2G, o 3G e o 4G trouxeram mais velocidade de conexão à internet. Já o 5G traz uma evolução diferente por conta da implementação da rede com mais antenas e outros tipos de tecnologia, que permitirão a chamada computação de borda (edge computing).
Com isso, será possível desenvolver novas aplicações em que um dado será gerado e consumido muito mais perto de onde o carro, o dispositivo de IoT [internet das coisas] ou outro aparelho estiver. “Isso permite uma transferência de dados muito rápida, abrindo uma avenida para termos fazendas inteligentes, trens inteligentes, carros inteligentes e portos inteligentes em todo o país”, explica.
A nova tecnologia poderá atingir regiões isoladas onde antes o sinal 4G não chegava. “O 5G abre vários casos de uso que não eram viáveis ou possíveis fora dos grandes centros urbanos. Agora será possível colocar uma rede 5G privada dentro de uma fazenda e instrumentalizá-la como um todo.”
Demanda da indústria
Segundo o executivo, a IBM Brasil já está trabalhando em projetos de infraestrutura tecnológica, plataformas abertas e serviços de consultoria no país para dar conta da nova demanda relacionada principalmente a carros inteligentes e instrumentação de internet das coisas.
“Temos tecnologia baseada em open source para fazer toda essa orquestração de provisionamento de aplicações e de infraestrutura no edge computing. Também temos, junto com a Red Hat [empresa de software livre], todo o pacote de implementação de Open RAN, que é a tecnologia na qual a 5G é implementada na maioria das operadoras de telefonia”.
A demanda pelos serviços vem principalmente do setor industrial, que está se transformando rapidamente. “Esse é um dos conceitos de indústria 4.0 que já era preconizado há alguns anos, mas não era viável tecnicamente. Agora é”, explica Braga.
Os projetos estão sendo realizados em parcerias com outras empresas do ecossistema, uma tendência que o executivo enxerga como crescente na área de negócios: “O 5G explora essa potencialidade do ecossistema na sua plenitude. São vários entes que, juntos, conseguem entregar um caso de uso. Sozinhos, isso não seria possível”.
Por: LIA HAMA