A Fundação Nacional de Artes (Funarte) vai disponibilizar gratuitamente a partir de amanhã (1º), em seu site, os dois primeiros volumes do edital Prêmio Funarte de Dramaturgia – 200 anos de artes no Brasil, dentro do conjunto de ações comemorativas do Bicentenário da Independência.
Os dois primeiros volumes contêm textos teatrais vencedores do edital público nacional na categoria infância e juventude. O volume 1 reúne os textos classificados na primeira colocação da categoria e o volume 2, os segundos colocados.
A coleção terá seis livros, todos em formato online, sendo três envolvendo textos para infância e juventude e três para adultos. O edital foi lançado em setembro do ano passado e prevê a publicação das peças vencedoras. A previsão de lançamento dos quatro livros restantes da série é em dezembro deste ano.
Em entrevista hoje (31) à Agência Brasil, o presidente da Funarte, Tamoio Athayde Marcondes, destacou que o prêmio é um incentivo à literatura dramática. “Premiamos 30 textos dramatúrgicos inéditos, nas modalidades de teatro adulto e de teatro para infância e juventude, das cinco regiões do país. É um prêmio bastante abrangente.”
Interstício na dramaturgia
Marcondes afirmou que o período da pandemia de covid-19, devido à paralisação das atividades, causou um “interstício na dramaturgia brasileira”, na cadeia produtiva e na própria geração de conteúdo para o teatro. “Então, a Funarte, logo depois da retomada, vem com esse prêmio incentivar a cadeia produtiva teatral e de dramaturgia, fazendo com que se produzam novos textos. Além de incentivar a cadeia produtiva teatral, a gente incentiva também a produção de novas obras”.
Segundo o presidente da Funarte, “isso é fundamental para ter no Brasil sempre novas obras, poder incentivar artistas, levar peças teatrais para os teatros”. Para ele, novas obras são “fundamentais”.
A Funarte quer encenar as peças vencedoras do edital nos equipamentos que possui em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. “Nossa ideia é pegar equipamentos culturais e disponibilizar para que algumas das peças sejam apresentadas em nossos espaços.”
Ele não descartou o incentivo a algumas peças, pagando parte das produções para que elas de fato ocorram. O projeto deverá ficar para 2023, porque o orçamento de 2022 já está inteiramente empenhado para as atividades em curso. “Será bom porque a gente consegue, no tempo, espalhar uma política pública. É importante manter a chama viva do projeto, que envolve 30 peças inéditas para público adulto e infantojuvenil. Pretendemos deixar isso como um legado para a dramaturgia brasileira para os próximos anos.”
Prêmio
O Prêmio Funarte de Dramaturgia –200 anos de artes no Brasil, dedicado ao bicentenário, recebeu 179 inscrições. Marcondes afirmou que o Prêmio de Dramaturgia, que já é uma tradição na instituição, terá seguimento em 2023, com nova temática. Ele adiantou que o Centro de Artes Cênicas da Funarte deverá estimular no Brasil a produção de novas peças de dramaturgia.
Para o presidente da Funarte, a produção cultural inédita é fundamental para que o país se firme como um expoente na linguagem artística, no caso a dramaturgia. “Quanto mais peças conseguirmos produzir, quanto mais textos criar, isso é positivo para o Brasil. Não só dentro do próprio país, mas perante a comunidade de países de língua portuguesa. Muitas vezes as nossas peças de dramaturgia são encenadas fora do país, pela comunidade lusófona. É ótimo produzir esses conteúdos, dividir com nossos irmãos de língua lusófona, para que a gente possa utilizar o nome da Funarte e do Brasil em todo o mundo”.
Vencedores
Os vencedores das duas categorias (adulto e infância e juventude) do Prêmio Funarte de Dramaturgia voltado para o bicentenário da Independência recebeu premiações cujos valores foram distribuídos conforme a classificação, sendo R$ 35 mil para o primeiro colocado, R$ 25 mil para o segundo e R$ 20 mil para o terceiro, totalizando investimento de R$ 848 mil. Foram 15 contemplados em cada uma das duas categorias.
O volume 1 reúne as peças Conclavo dos bravos – de Sandra Maria Job; Mailim e Sr. Stockler nas artes do tempo – de Gizzela Mascarenhas; A noite dos fantasmas – de Gisela Garcia; .Foi na rua do grito – de Cléber Tasquin; e Brasil em cena! – de Kaio Gomes Bergamin.
O volume 2 contém os textos teatrais Independência – Uma aventura no tempo – de Maria Iranete; Porandubinhas de um Brasil com Z – de Adupé Awery; A máquina do tempo e o Brasil – de Luth; Os dois nos vinte e dois – de André Faxas; e A independência de Maria Quitéria – de Juliana de Caldas Rosa.
Mais informações sobre os livros podem ser obtidas neste endereço eletrônico.
Por: Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil – Rio de Janeiro