Em novo estudo publicado na revista Science, uma equipe de pesquisadores percebeu que a vida é definida pela biologia, não pela física. Basicamente, o argumento vai contra uma ideia já pré-estabelecida de que padrões biológicos acontecem devido a restrições físicas.
Nesse estudo, os pesquisadores desenvolveram um modelo matemático de crescimento animal que descreve como os animais dedicam energia ao crescimento e à reprodução à medida que envelhecem e aumentam de tamanho. Com isso, perceberam que a evolução pode ser muito hábil em encontrar brechas na física.
Os cientistas apontam que essa descoberta de que o metabolismo de um animal pode ser explicado sem invocar restrições físicas significa que, nesse tempo todo, a comunidade científica procurava no lugar errado quando se trata de encontrar respostas para por que esse padrão generalizado ocorre.
Com o estudo, foi possível entender que as restrições físicas não impulsionam tanto a biologia que observamos como se supunha anteriormente, e que a evolução tem uma gama mais ampla de opções do que se pensava.
Os pesquisadores comentam que pequenos mamíferos podem precisar consumir até três vezes seu peso corporal em alimentos por dia, enquanto os maiores comem apenas 5% a 30% de seu peso corporal por dia. A ideia do estudo, então, foi compreender como os animais mudam sua alocação de energia do crescimento para a reprodução.
Através dele, os autores descobriram que a reprodução ao longo da vida é maximizada quando o metabolismo é desproporcional ao tamanho. “Muitos modelos apresentados desde o início do século XIX usaram restrições físicas ou geométricas para explicar esse padrão, mas o nosso não”, sugerem os cientistas. Logo, é a seleção natural, não a física, que favorece a relação entre tamanho e forma.
Por: Nathan Vieira