Alunos da escola pública de Marrickville, na Austrália, em parceria com pesquisadores da Agência Nacional Australiana de Ciências (CSIRO), desenvolveram uma lixeira inteligente capaz de classificar automaticamente diversos tipos de materiais recicláveis.
Segundo seus criadores, a “Smart Bin” usa internet das coisas (IoT), robótica e inteligência artificial (IA) para separar plástico, vidro e metal, evitando a contaminação por resíduos que podem atrapalhar ou inviabilizar o reaproveitamento desses materiais.
“A tecnologia da Smart Bin pode ser usada em locais como shopping centers, escolas, cinemas, cafés e aeroportos. Ela vai melhorar as taxas de reciclagem porque é muito fácil de usar e pode garantir que os materiais possam ser plenamente recuperados para reutilização”, explica o engenheiro Wei Ni, que ajudou a desenvolver a lixeira.
Seleção inteligente
A Smart Bin possui sensores e um sistema de espectroscopia de infravermelho para classificar os materiais recicláveis de acordo com a peculiaridade de cada produto. Uma rede neural detecta se o que está sendo descartado é feito de plástico, vidro ou metal para que uma bandeja robótica possa colocar cada material no seu devido lugar.
De acordo com os pesquisadores, a inteligência artificial também consegue identificar tipos específicos de plásticos como polipropileno, polietileno e acetato, entre outros. Essa capacidade garante que polímeros com estruturas químicas e características físicas diferentes tenham destino certo.
“Esse sistema pode simplificar o processo de reciclagem e melhorar a eficiência da classificação de resíduos. Nossa Smart Bin ajudará a promover uma economia circular sustentável, contribuindo para um futuro livre em carbono”, acrescenta o professor de robótica Ren Ping Liu.
Reaproveitamento sustentável
Os pesquisadores fizeram uma parceria com a empresa australiana Casafico para criar materiais de construção a partir dos produtos recicláveis coletados pelas Smart Bins. A ideia é usar vidro, papel, metal e plástico para fabricar cimento, tijolos e peças de alvenaria utilizando apenas insumos reaproveitados.
Segundo os cientistas, além de baratear os custos de construção, a classificação correta e a reutilização desses materiais recicláveis ajuda a economizar recursos naturais e evita que produtos que levam muitos anos para se decompor acabem em lixões e aterros sanitários.
“Não podemos subestimar como pequenas mudanças podem fazer uma enorme diferença no futuro. É ótimo ver que a próxima geração está aprendendo isso agora para que, em breve, possamos nos tornar positivos em carbono”, encerra a porta-voz da Casafico Samantha Mucci.
Por Gustavo Minari