A crise da Netflix ganhou mais um elemento na última semana, após contabilizar 200 mil assinantes a menos no primeiro trimestre de 2022, primeira queda em dez anos, e anunciar a demissão de 300 funcionários em junho, a plataforma perdeu a liderança do streaming para o Disney+. A Disney informou que seu serviço de streaming chegou a 221 milhões de assinantes ao final do segundo trimestre, ante 220,7 milhões da Netflix.
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Mesmo com alta em número de usuários, a Disney reduziu a previsão de assinantes e projeta entre 215 milhões e 245 milhões de clientes totais do Disney+ até o final de setembro de 2024. Em geral, o streaming vive um grande desafio. Em meio ao aumento de opções, alta do preço das assinaturas e maior seletividade das pessoas, os serviços de streaming estão revendo suas dinâmicas. A própria Netflix, em julho, anunciou uma parceria com a Microsoft para desenvolver sua versão baseada em anúncios. A Disney também informou que, até o final do ano, prevê um serviço que contemple publicidade.
A aposta nos algoritmos
De acordo com Guilherme Ravache, colunista especializado em streaming e TV, enquanto a Disney optou por qualidade, a Netflix investiu em produções em larga escala e teve a tecnologia como premissa, em outras palavras, contou com o algoritmo. De fato, nos últimos anos, a Netflix foi a que mais investiu em produções originais. Até 2021, a empresa direcionou US$ 17,3 bilhões em produção de séries e filmes originais, contra US$ 1 bilhão da Disney.
Bob Iger, CEO da Disney, quando reforçou os atributos do serviço de streaming, provocou a Netflix destacando que a dona do Mickey contava com boas histórias, enquanto as concorrentes tinham o foco em alimentar uma plataforma tecnológica. Os algoritmos foram, por muito tempo, o alicerce da Netflix para basear suas produções. Por meio de dados de consumo dos consumidores, a plataforma ancorava a decisão em criar novas séries.
Por Luiz Gustavo Pacete