Segundo a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas brasileiras já adotaram algum tipo de inovação tecnológica. Mas quais são as tecnologias que, de fato, impactam no monitoramento das fazendas e de suas produções?
A Internet das Coisas (IoT), que envolve a implementação de sensores físicos, está relacionada a processos que exigem controle, monitoramento, compliance e redução de custos. Na cadeia leiteira, por exemplo, esses dispositivos podem estar conectados aos animais para o acompanhamento da saúde, revelando possíveis doenças ou o período fértil para a realização de inseminação. Já no processo industrial, a tecnologia atende diversas regras dos tanques de resfriamento do leite, como a temperatura e a vedação, que asseguram a qualidade do produto e evitam contaminação, sem contar a verificação do nivelamento dos tanques, que evita fraudes em medições.
Outra aplicação desta tecnologia está voltada à detecção climática, analisando tempo e solo para identificar informações sobre precipitação, temperatura e umidade. De posse desses dados, a Inteligência Artificial (IA) por trás dos sensores, identifica, por exemplo, se uma plantação precisa suprir necessidades hídricas naquele momento e, automaticamente, faz a melhor recomendação e realiza a irrigação do solo, promovendo o consumo consciente de água no campo, além de ter uma melhoria de processo.
No gado de corte, a tecnologia de Blockchain promove toda a rastreabilidade do processo, da porteira até supermercado. Por meio de um QR Code disponibilizado na embalagem dos produtos é possível fornecer ao consumidor informações rastreáveis sobre todo o processo produtivo realizado, ou seja, uma ação extremamente transparente e segura que vai ao encontro aos pilares de governança ambiental, social e corporativa (ESG). Esse processo também pode ser aplicado no monitoramento de armazém para o controle de qualidade de suas matérias-primas.
Independentemente do tipo de produção no campo, as inovações trazem a possibilidade de expansão sem ter que ampliar a extensão das fazendas. Ou seja, é possível ampliar os resultados sem, necessariamente, explorar ainda mais a natureza. O aumento na produção requer mais controle e gestão dos processos, mantendo um modelo equilibrado entre a oferta natural e o aumento de demanda. As soluções de negócio baseadas em IoT, IA e Blockchain trazem não apenas a efetividade, mas principalmente a redução de custo e a exploração consciente e inteligente dos recursos.
Adriano Esposito é vice-presidente global de Digital Business e Inovação da SONDA, maior integradora e líder em serviços de transformação digital na região
Fonte: IMAGE Comunicação
Por: portal do agronegócio