Mesmo sem muito o que mostrar dessa vez, o telescópio James Webb roubou a cena nesta semana (não que estejamos reclamando). Os motivos são uma imagem surpreendente de uma galáxia próxima e a foto da galáxia mais distante já observada pela humanidade.
Outros destaques da semana incluem imagens de nosso litoral visto a partir da Estação Espacial Internacional (ISS) e o primeiro buraco negro de massa estelar “adormecido” detectado fora da Via Láctea. Confira!
James Webb mostra detalhes nunca vistos de uma galáxia
O James Webb nos surpreendeu com uma imagem da galáxia NGC 628, no infravermelho médio, revelando não as estrelas, mas a poeira e o gás ao seu redor. Esse material geralmente bloqueia a luz das estrelas quando observamos em luz visível, mas no infravermelho é dele que surge o brilho.
Uma curiosidade é o centro da galáxia nessa imagem, que parece vazio. Os cientistas ainda devem estudar melhor os dados para tirar suas conclusões.
James Webb encontra a galáxia mais antiga já vista
A imagem acima parece borrada e sem definição, mas há uma boa explicação para isso: ela é a galáxia mais distante já observada pela humanidade. O James Webb encontro o objeto que, como a cor avermelhada sugere, é muito antigo: suas ondas de luz foram muito “esticadas” enquanto viajavam pelo universo ao longo de 13,5 bilhões de anos.
Objetos luminosos muito distantes ficam avermelhados por causa da expansão do universo. À medida que o cosmos se expande mais rápido que a velocidade da luz, as ondas eletromagnéticas (que compõem a luz) são esticadas até o maior comprimento visível, que é o vermelho.
Salinidade ideal para a vida no oceano em Encélado
Os cientistas já sabiam que Encélado (lua de Saturno) contém sal na água encontrada pela sonda Cassini. Essa água vem de um oceano sob a superfície e é expelida em direção ao espaço por geiseres fabulosos, mas será que ela oferece condições favoráveis à vida?
Para descobrir, os cientistas modelaram a crosta de gelo da Lua, levando em conta as mudanças em sua espessura de acordo com a salinidade da água. E descobriram que o gelo em Encélado sugere uma salinidade de 30 gramas de sal por kg de água, o que é uma boa notícia: esse valor é próximo dos 35 g/kg dos oceanos da Terra.
Capitais brasileiras vistas a partir da ISS
Astronautas da ISS tiraram algumas fotos noturnas de várias capitais do Brasil, com suas iluminações artificiais. Em uma delas (acima), observamos a cidade de Curitiba, capital do Paraná e habitada por quase dois milhões de pessoas e muitas capivaras.
Outras capitais clicadas incluem o Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), e Porto Alegre (RS). Confira cada uma delas através do link acima.
“HD” do James Webb é menor que o de um iPhone
A tecnologia que temos em nossas mãos é impressionante e podemos provar! O James Webb, telescópio que já fotografou objetos fascinantes do espaço, possui um “HD” (ou gravador de estado sólido, como é chamado pelos cientistas) onde são armazenados os dados coletados com apenas 68 GB de capacidade de armazenamento. Isso é um pouco mais da metade da capacidade do modelo básico do iPhone 13 Pro.
Para lidar com esse limite, o observatório espacial exclui todos os dados após os operadores se certificarem de que foram “baixados” corretamente. Afinal, os 68 GB são suficientes para apenas 24h de observações.
Startup alemã realiza primeiro teste de motor de foguete
A startup alemã Rocket Factory Augsburg conduziu os primeiros testes com seu motor Helix, parte fundamental de seu foguete RFA One. Foram 74 segundos de ignição do motor e tudo deu certo para a empresa.
O objetivo com este veículo é lançar cargas de até 1.600 kg ao espaço, em uma órbita semelhante à da ISS. Mas ainda falta uma série de testes, então a previsão para o primeiro lançamento do foguete é para meados (ou o fim) de 2023.
O primeiro buraco negro de massa estelar fora de nossa galáxia
Pela primeira vez cientistas encontraram evidências diretas do primeiro buraco negro de massa estelar fora da Via Láctea, “escondido” por não se alimentar ativamente de matéria. Sem “refeições”, os buracos negros não “cospem” jatos de energia e não acrecem matéria; por isso são muito difíceis de serem detectados.
O objeto descoberto está localizado na região da Nebulosa da Tarântula, na galáxia Grande Nuvem de Magalhães, e se formou através do colapso de uma estrela mais massiva que o Sol. O buraco negro tem, pelo menos, nove vezes a massa do nosso Sol e orbita uma estrela azul quente com 25 vezes a massa solar.