segunda-feira,25 novembro, 2024

As consequências da sustentabilidade para o agronegócio

Segundo a nova decisão do Ministério das Relações Exteriores, o Brasil passou a ser signatário nas Discussões Estruturadas de Comércio e Sustentabilidade Ambiental, iniciativa da Organização Mundial do Comércio (OMC). Porém essa decisão pode ter diferentes consequências para empresas e para o agronegócio, que deve adotar práticas consideradas mais sustentáveis para se adequar às novas regras.

Para a advogada Mariana Negreiros, especialista em ESG do escritório Baptista Luz Advogados, essa adesão do Brasil às discussões de comércio sustentável ambiental afeta os negócios do setor agro de maneira indireta até o momento. “Num panorama geral de economia e sustentabilidade do país, vemos que essas medidas e práticas são movimentos sutis e iniciais, principalmente comparados aos países europeus”, complementa a advogada.

Já o advogado especialista em ESG do escritório Zilveti Advogados, Cauê Batista, por estarmos dentro de um sistema do comércio internacional, o governo deverá fomentar práticas que protejam o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, investindo em órgãos que fiscalizam essas atividades. “É provável que, na prática, isso traga maior pressão internacional contra atos que estão em evidência para o país como o desmatamento”, declarou Cauê.

Tem se especulado, também, uma mudança na política de subsídios aos países que estão aderindo às discussões sustentáveis. Sendo assim, a destinação desses subsídios para produtores que utilizem práticas mais verdes é o que está em pauta atualmente. Vale lembrar que os subsídios fazem parte dos temas formados pelos grupos de trabalho, sendo os outros bens e serviços, medidas climáticas e economia circular.

Mariana também aponta a importância em atrair investidores, que estão atrás de negócios que tenham preocupação ambiental e busquem melhorias sustentáveis a longo prazo. “Temos que pensar na reputação do Brasil com as relações comerciais internacionais, pois essa adesão mostra que pautas sustentáveis são preocupações do governo em atrair investidores”, afirmou a advogada.

Cauê Batista concorda, e explica que, como um dos principais clientes do agro é o mercado externo, a tendência é que “os principais players devam se adequar às práticas éticas e de ESG, sob o risco de perderem a posição que possuem no mercado internacional”. O advogado também afirma que as empresas brasileiras estão atrasadas nos conceitos de desenvolvimento com sustentabilidade, como prega o ESG. “A aderência à declaração ambiental posa como um ponto positivo para o futuro das empresas do setor agrícola”, concluiu.

“No Brasil é comum dizer que ser mais renovável e sustentável significa mudar a matriz energética”, afirma Mariana, que acha que essa adesão mostra a efetivação de pautas sustentáveis, como a utilização de recursos hídricos, a gestão de resíduos, a redução da emissão de gás para o efeito estufa, além de outras práticas que envolvem a sustentabilidade.

Para ela, as empresas não devem olhar para a sustentabilidade como um entrave para os negócios, mas sim como uma possibilidade de maximização de oportunidades e de lucros. “As empresas que não têm práticas sustentáveis já estão perdendo. Essa transição para ser mais verde é um processo que não tem mais volta, e apesar de no começo parecer um impasse para os negócios, na verdade é ao contrário”, completou Mariana. Para Cauê, as empresas com práticas sustentáveis “poderão se tornar competitivas do ponto de vista do mercado internacional, além de serem mais atraentes a investimentos diversos”.

Fonte: Vira Comunicação

Redação
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