segunda-feira,25 novembro, 2024

Os 6 pilares estratégicos para gestores de ESG

Com alianças certas, gestores especialistas e visão estratégica, é maior a possibilidade das organizações atingirem resultados positivos e terem sucesso nas iniciativas ESG. Além disso, implementar programas sociais, ambientais e de governança de forma integrada com a jornada de cada operação é determinante para aperfeiçoar os negócios das empresas.

Esses são alguns dos insights apresentados no e-book “Pilares Estratégicos de ESG: o que todo gestor precisa saber”, publicado por KPMG e Amcham. O conteúdo foi produzido a partir de seis encontros realizados com executivos que atuam em empresas de diferentes setores no Brasil.

“Líderes corporativos atentos às transformações do mercado estão cientes da relevância do ESG para o sucesso dos negócios. Aspectos ambientais, sociais e de governança estão cada vez mais no centro das decisões estratégias das organizações”, diz Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e líder do KPMG IMPACT.

Ela lembra ainda que os temas que compõem a agenda ESG são variados, e contemplam desde a igualdade de direitos até as mudanças climáticas, passando por condições de trabalho na cadeia de fornecedores e atenção às metas na produção de resíduos. “Os executivos que souberem liderar essa transformação conseguirão aumentar o impacto das suas organizações, melhorar a competitividade, atrair mais investimentos e expandir as oportunidades de negócios”, diz.

Os resultados das análises, elaborados a partir de dúvidas, desafios e aprendizados, foram sintetizados em 6 pilares estratégicos para os gestores que atuam com ESG:

1- Business transformation:

Envolve executar mudanças fundamentais na forma como negócios são realizados com o objetivo de moldar a organização ao mercado em constante transformação. Cada vez mais a informação em tempo real e a revolução digital causam impactos nas empresas, e elas precisam se adequar com velocidade às novas tendências e novas demandas dos consumidores.

2- Monetização:

As empresas precisam saber mensurar perdas e os ganhos monetários relacionados com ações ESG. Monetizar essas práticas é um tema cada vez mais relevante no mercado a ponto de alguns especialistas indicarem a necessidade de somar a letra “F”, referente ao financeiro, à sigla ESG. Medir financeiramente é uma forma eficaz de incluir o tema com seriedade no mercado.

3- Asseguração:

As empresas precisam ser cuidadosas ao divulgarem a performance de aspectos ESG com dados robustos de fácil acesso. Para serem ao mesmo tempo transparentes e corretamente interprestadas, o caminho é o relatório de asseguração em ESG, emitido por auditorias independentes para aumentar o grau de confiança dos stakeholders. Contudo, persiste o desafio de padronização dos índices de asseguração.

4- Rastreabilidade:

É a capacidade de atingir transparência nos processos, controlar a cadeia de suprimentos e a origem dos insumos, garantindo qualidade ao cliente final. Garantir a rastreabilidade não é apenas controlar fornecedores, mas proporcionar transparência e qualidade dos produtos.

5- Economia circular:

Tem como objetivo manter os ecossistemas livres de resíduos industriais com produtos e serviços que resultem em resíduos zero. Nesse sentido, eles devem estar integrados a um trajeto circular, saindo da indústria e voltando para ela sem descarte no meio ambiente, minimizando também o uso de materiais novos como insumos.

6- Governança:

As empresas só atingirão resultados em ESG com lideranças comprometidas, éticas e com propósito legítimo. Muitas empresas estão empenhadas em resolver problemas reais do planeta e da sociedade, o que pode ser potencializado com uma boa governança. Os investidores também serão cada vez mais rigorosos e as remunerações dos líderes de negócios podem ser mais influenciadas pela performance das empresas em ESG.

“ESG é a sigla que representa oportunidade para líderes e negócios. Temos observado uma evolução especial de empresas que já incorporam práticas estratégicas no tema e, por isso, organizamos nessa cartilha os principais aprendizados compartilhados pelas organizações que estão liderando o futuro sustentável”, afirma Deborah Vieitas, CEO da Amcham Brasil.

Considerando que a gestão dos fatores ESG depende de um processo que envolve diferentes fases, a publicação da KPMG e da Amcham também apresentou 4 recomendações que devem ser consideradas para as empresas atingirem resultados consistentes e os gestores aperfeiçoarem suas trajetórias nos pilares ESG:

1- Identificar temas críticos do setor e empresa: fazer um levantamento de materialidade significa identificar quais são os temas ESG críticos para o sucesso do negócio por meio de análise do contexto em que a empresa opera e do diálogo com stakeholders.

2- Mapear o que já existe e o que precisa ser feito: fazer um diagnóstico e uma avaliação do nível de maturidade da gestão ESG é essencial para entender fragilidades e pontos fortes. É também um ponto de partida para definir onde chegar.

3- Documentar dados e informações: organizar, registrar e documentar as informações é essencial nos processos organizacionais, e essencial em ESG. Além disso, comunicar práticas ESG é importante para que as organizações se preparem para um contexto em que essa demanda é cada vez mais comum.

4- Não esquecer o “G” (Governança): este pilar garante a implementação dos demais uma vez que somente com ele é possível implementar uma gestão integrada com aspectos ambientais e sociais. Empresas que almejam gerir o ESG devem garantir que a governança esteja em suas pautas, objetivos, metas, preparação da liderança e demais gestores.

Por: Marina Filippe

Redação
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