sábado,21 setembro, 2024

Governo e sociedade se unem para preservar o Pantanal

Com área total de cerca de 250 mil km², o Pantanal está localizado no coração da América do Sul e é um dos três biomas presentes em Mato Grosso. Ocupa ainda territórios em Mato Grosso do Sul, Bolívia e Paraguai. Apesar de representar menos de 3% da área total do Brasil, o bioma é considerado patrimônio nacional e maior área inundável do planeta.

O clima tropical, grande biodiversidade e serras e chapadas que ficam em seu entorno, fazem do Pantanal uma região que movimenta o turismo. A Superintendente de Biodiversidade e Mudanças Climáticas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA), Gabriela Priante, explica: “O turismo é uma atividade econômica que possui um viés sustentável compatível com a conservação do meio ambiente quando realizada de forma responsável. É possível fazer uso de um ecossistema mantendo a conservação ambiental”.

A rodovia MT-060, que liga Poconé a Porto Jofre, tem 145 km de extensão. Conhecida por todos como Transpantaneira, é sinônimo de belezas naturais e de muitas aventuras, isso porque nela há campos abertos, mata e aterros que represam as águas e formam refúgios para os animais. A rodovia foi uma das regiões que mais padeceu durante o pior ano da história de seca e queimadas no Pantanal; 2020. Os dados são do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Foram perdidos cerca de 23 mil km² durante os incêndios florestais.

“Nós temos um estudo de vulnerabilidade climática realizado em Mato Grosso que detectou que esse período de seca que estamos passando vai perdurar pelos próximos 30 anos. Para proteger o Pantanal durante essas décadas, é preciso trabalhar em todas as áreas ambientais, desde a fauna e flora através de uma gestão correta e conjunta, assim podemos enfrentar e superar esse momento de extrema seca”, aconselha a Superintendente Gabriela Priante.

Em Mato Grosso existe um decreto que estipula o período proibitivo fogo. O objetivo é mitigar os incêndios e queimadas durante a época do ano em que as temperaturas são mais elevadas e a umidade do ar é baixa, compreendido entre 1º de julho e 30 de outubro. “Nesse período fica proibido qualquer atividade com uso de fogo nas áreas rurais, tendo em vista os fatores climáticos desfavoráveis e o aumento do risco de eclosão de grandes incêndios”, explica o Comandante Adjunto do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), TC BM Antônio Marco Guimarães.

Com o decreto, fica proibida qualquer atividade de limpeza de pastagem com o uso do fogo nas áreas rurais, já nas áreas urbanas, o manejo de fogo é proibido o ano todo. Desde os incêndios de 2020, o Pantanal vem se recuperando e o Governo do Estado, através da SEMA e diversos outros órgãos ambientais e de segurança pública, vem realizando projetos para conservar a fauna silvestre, iniciando pela Transpantaneira, pois foi a região que mais sofreu.

Em relação ao ano passado, já houve uma redução de 29% dos focos de incêndio, mas ainda é preciso agir. “O Corpo de Bombeiros Militar continua desenvolvendo ações na região de forma a mitigar ou eliminar os incêndios caso ali venha a ocorrer. Com identificação prematura dos mesmos e deslocamento rápido de equipes, há a redução da possibilidade de avanço do fogo de maneira desproporcional, evitando que se alastre, e com o constante monitoramento, a instituição espera reduzir os índices em comparação com outros anos”, explica o TC BM Guimarães.

O BEA atua no combate aos incêndios florestais, sendo responsável por coordenar e orientar as atividades. “A SEMA, junto com o órgão competente, que é o BEA, está orientando e capacitando as comunidades para que elas saibam como agir. Se a comunidade local estiver preparada, ela pode atuar de forma imediata, com segurança, para impedir que o foco de incêndio se transforme em um incêndio florestal. Também estão sendo entregues kits básicos de combate”, explica Gabriela Priante.

O Comandante Adjunto do BEA ressalta a importância da participação do pantaneiro nas ações de proteção ao bioma, pois são os maiores conhecedores da região. “Há uma grande mobilização em caso de incêndios porque muitos se unem em prol de um só objetivo, o combate ao fogo”.

As capacitações também estão sendo feitas em diversas outras comunidades do estado. Para solicitar a formação de uma brigada, é preciso fazer uma solicitação formal Corpo de Bombeiros Militar da região, gerando a demanda necessária e então será feita todo o procedimento interno administrativo para que seja realizada a capacitação.

As mudanças climáticas intensificadas pelo Aquecimento Global, não apenas impulsionam a perda da fauna e flora, mas a perda da fauna e flora podem impulsionar as mudanças climáticas, criando um círculo vicioso, por isso é preciso agir em conjunto, cuidando do Pantanal através da educação ambiental de base, capacitações, força-tarefa e muitas outras atitudes que, partindo do Governo e da sociedade juntos pode salvar o Pantanal de qualquer desastre que venha a ocorrer.

Texto: Milena Vilar

Milena Vilar
Milena Vilarhttp://www.360news.com.br
Milena Vilar é jornalista de Inovação no 360 News apaixonada pela escrita criativa. Escreve colunas de opinião sobre Inovação, Cidades Inteligentes, Cultura, Sociedade eMulheres. Produz matérias dos mais diversos temas, promovendo transformação de ideias e informando com seriedade.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

LEIA MAIS

Recomendados