Cientistas descobrem ligação entre estrutura do cérebro e percepção visual

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Um recente estudo publicado na Nature Communications revelou que o tamanho do córtex visual primário (ou V1) pode afetar a forma como cada pessoa enxerga. Segundo o levantamento, além da estrutura cerebral, a quantidade de tecido dedicado a codificação de informações visuais também ajuda a indicar o quão bem uma pessoa pode ver e perceber o ambiente ao seu redor.

De acordo com o Medical Xpress, que divulgou a pesquisa, assim como nossas impressões digitais, as saliências e sulcos na superfície do cérebro de cada pessoa são únicos. Assim, se tratando da nossa visão, o estudo mostra que a variação na estrutura cerebral está ligada à variação de comportamento visual, resultando em diferentes interações e percepções. 

Segundo o autor princiapl do estudo, Marc Himmelberg, pesquisador de pós-doutorado no Centro de Ciência Neural e Departamento de Psicologia da Universidade de Nova York, o V1 funciona como um mapa que projeta no olho aquilo que queremos ver. No entanto, ele pode se apresentar distorcido e destacar mais algumas imagens do que outras – isso é justificado pela individualidade, ou seja, para cada um pode destacar algo diferente. 

“Pense em um mapa do metrô da cidade de Nova York que faz Staten Island parecer menor que Manhattan. O mapa mantém algum grau de precisão, mas aumenta as regiões que provavelmente são de maior interesse. Da mesma forma o V1 aumenta o centro da imagem que vemos – ou seja, onde nossos olhos estão se fixando”, explicou o neurocientista. 

Isso ocorre porque o córtex visual primário tem mais tecido dedicado ao centro do nosso campo de visão, mas ele também pode aumentar locais à esquerda e à direita de onde nossos olhos estão se fixando.

Mapeando o córtex visual primário 

Para descobrir a relação uma equipe de neurocientistas mapeou o tamanho do córtex visual primário de mais de 20 pessoas. A quantidade de tecido V1 que esses indivíduos dedicaram ao processamento visual em diferentes regiões também foi considerado. 

De acordo com os resultados, as pessoas com um V1 grande tiveram melhor sensibilidade geral do que aquelas com um V1 pequeno. Além disso, pessoas cujo V1 tinha mais tecido cortical processando informações visuais em determinada região (esquerda, direita, em cima ou embaixo) tinham mais sensibilidade no local. 

“Em suma, quanto mais área de superfície local V1 for dedicada à codificação de um local específico, melhor será a visão nesse local”, concluiu Marisa Carrasco, coautora do estudo e professora do Centro de Ciência Neural e do Departamento de Psicologia da NYU. 

“Nossas descobertas mostram que as diferenças na percepção visual estão inextricavelmente ligadas a diferenças na estrutura do córtex visual primário no cérebro.” 

Fonte: Olhar Digital

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