Startup brasileira capta R$ 14 milhões para lançar jogo que paga recompensas em criptomoedas

Com o investimento do CEO da Méliuz, Iporanga Ventures e outras empresas, a Prota Games pretende lançar jogo em blockchain que promove lucros, mas tem foco na experiência do usuário

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(Divulgação/Prota Games)

O mercado brasileiro de games está prestes a ganhar um novo integrante. A Prota Games, startup do setor, anunciou a captação de R$ 14 milhões para lançar o jogo Heroes of Metaverse, que é baseado em blockchain e conta com uma economia tokenizada.

De acordo com a empresa, o Heroes of Metaverse é um jogo 3D de ação gratuito baseado na progressão do personagem. Ou seja, ao derrotar monstros e concluir missões, o personagem poderá coletar itens e moedas.

A diferença é que ao seguir o modelo play-and-earn, o jogador consegue trocar estes itens e moedas por dinheiro fiduciário como o dólar e o real, ou mantê-los como investimento na esperança de uma possível valorização e maior lucro. “O modelo permite que o usuário seja o real detentor dos ativos do jogo e possa monetizá-los livremente”, afirma o comunicado.

Todos os itens do jogo também são tokens não fungíveis (NFTs). Tanto personagens, roupas e armas são de posse do jogador. A pré-venda destes itens em NFT, realizada no começo do ano, bateu a marca de R$ 4,5 milhões em apenas 24 horas, revelou a empresa à EXAME.

Em uma rodada seed para dar seu primeiro passo como desenvolvedora de games, a Prota recebeu o aporte de R$ 14 milhões que soma os investimentos da Iporanga Ventures, Big Bets, Class 5 Global, Fersen Lambranho, presidente da GP Investments, Christian de Cico, fundador da Arquivei, e Israel Salmen, fundador e CEO da Méliuz, unicórnio brasileiro.

“Observamos que o mercado de jogos baseado em cripto crescia de maneira assustadora, movimentando bilhões de dólares. A tokenização dos itens e moedas é uma das maiores revoluções que já ocorreu na indústria de games”, afirmou o fundador e CEO da startup, Santiago Blanco, que já trabalhou no mercado de M&A e venture capital.

A intenção da Prota Games é de promover jogos que sejam ao mesmo tempo lucrativos e divertidos, seguindo o novo conceito de “play-and-earn”, ou “jogue e lucre” em português. Santiago Blanco explicou que a ideia surgiu a partir de outros jogos: “O que vimos na prática, porém, foram jogos de baixa qualidade, cujo principal intuito era a valorização dos ativos no curto prazo, criando sistemas insustentáveis. Por isso, apesar de o mercado ser muito promissor, é preciso que o jogo tenha alto valor agregado, no qual o foco seja a diversão, e não a valorização irracional dos ativos”.

“Este vem sendo nosso único foco, criar uma experiência de alta qualidade, similar à da indústria de games tradicional, mas com inovações da Web 3.0, que deixam o produto ainda melhor para o consumidor”, concluiu o CEO.

Outros dois sócios atuam no negócio: o CTO Lucas Machado, que anteriormente fundou um estúdio de games investido pela Monashees e trabalhou como gerente de engenharia na Wildlife, único unicórnio do setor de games na América Latina; e o COO Paulo Rizzo, vindo do mercado de fusões e aquisições.

Criada em 2019, a Prota Games tinha inicialmente o objetivo de criar vídeos informativos para jogadores. E teve sucesso: em menos de dois anos, conquistou a marca de 65 milhões de visualizações mensais.

Em 2021, ao notar uma evolução no mercado de jogos, a startup decidiu utilizar sua experiência para ir ainda mais longe, desenvolvendo um “cryptogame”, como são conhecidos os jogos baseados em blockchain.

Para Santiago Blanco, a experiência com a criação de uma comunidade acabou sendo um diferencial para a startup ser bem sucedida no desenvolvimento do Heroes of Metaverse.
“Além de já termos uma grande audiência orgânica construída para divulgarmos nossos lançamentos, compreendemos muito bem os canais orgânicos de aquisição de clientes, onde conseguimos um CAC muito inferior ao da mídia paga. Esse entendimento de conteúdo orgânico e criação de comunidade é ainda mais importante em jogos blockchain, onde a comunidade tem mais voz sobre o futuro do projeto”, declarou o CEO, em entrevista exclusiva à EXAME.

Renato Valente, sócio da Iporanga Ventures, apontou duas razões para o investimento na startup: o time qualificado e o foco do projeto em um jogo de qualidade, focado no usuário.

“Eles construíram uma audiência enorme com muito pouco e estão usando essa inteligência para desenvolver um jogo que traz, acima de tudo, diversão para os usuários. O mais legal nessa nova geração de jogos é que a tokenização dos ativos cria ainda incentivos financeiros para os usuários se divertirem”, afirmou o executivo, que diz acreditar que os jogos em blockchain serão os que vão prevalecer no futuro.

“Estamos criando, acima de tudo, um jogo divertido e engajador, utilizando tecnologias como NFTs e criptomoedas para melhorar ainda mais a experiência do usuário. Entendemos que o futuro dos games é tokenizado, e queremos estar à frente desse movimento”, concluiu o CEO da Prota Games, Santiago Blanco.

Por:  Mariana Maria Silva

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