O intenso foco em assuntos ambientais, junto com as crescentes incertezas e pressões, levaram a sustentabilidade a superar outros itens e atingir o topo da lista de desafios dos CEOs, segundo o estudo “Reconheça o seu impacto: caminhos práticos para conquistar a sustentabilidade transformacional”, do IBM Institute for Business Value, divulgado em primeira mão para Época NEGÓCIOS. A pesquisa ouviu 3.000 CEOs em mais de 40 países – entre eles o Brasil.
Quando perguntados sobre qual o principal desafio para a empresa nos próximos dois ou três anos, pouco mais da metade dos executivos (51%) afirmou que é sustentabilidade, resposta seguida por regulação (50%), risco cibernético (45%) e infraestrutura de tecnologia (41%). No estudo do ano passado, sustentabilidade havia aparecido em sexto lugar, com 32%, atrás de regulação (51%), infraestrutura de tecnologia (45%), mudanças de mercado (45%), risco cibernético (39%) e incidentes de saúde pública (33%).
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Considerando apenas os respondentes brasileiros, 48% classificam sustentabilidade como prioridade máxima nos próximos dois a três anos – um salto de 65% em relação a 2021. E 51% dos CEOs brasileiros acreditam que a sustentabilidade vai acelerar o crescimento dos negócios. “Sustentabilidade subiu na cadeia de prioridades, o que mostra que o tema está ganhando ainda mais tração”, diz Marco Kalil, head de IBM Consulting.
O aporte de recursos na área também registrou alta. Os entrevistados indicam que os investimentos em sustentabilidade por parte dos CEOs mais do que dobrou como uma porcentagem da receita ao longo dos últimos cinco anos.
Dificuldades
Entre os desafios para implementar uma política de sustentabilidade, segundo Kalil, o estudo apontou a dificuldade de ter dados para justificar o investimento, barreiras tecnológicas e o fato de o tema ainda estar restrito à alta gerência.
Quase 57% dos entrevistados no Brasil listam o ROI (Retorno Sobre Investimento) incerto e os benefícios econômicos como um desafio crucial para alcançar os objetivos de sustentabilidade, seguidos por falta de insights de dados (41%) e complexidade do ecossistema (34%).
Além disso, há outro ponto de atenção: apenas 43% dos CEOs brasileiros disseram contar com as pessoas e habilidades certas para executar sua estratégia de sustentabilidade.