A fabricante de bebidas Ambev quer acelerar a cultura do uso do retornável e mostrar os ganhos ambientais e financeiros relacionados ao hábito. Para isto, grande parte dos vasilhames já voltam a circular no mercado, e a expectativa é que, até 2025, 100% dos produtos da companhia estejam em embalagens retornáveis ou que sejam feitas majoritariamente de material reciclado.
No caso dos retornáveis, isso significa que a garrafa será reinserida – de forma segura – nos ciclos de produção das cervejas. Ou seja, é mais economia para o consumidor que, após a primeira compra do vasilhame, paga apenas pelo líquido, mais impacto positivo para o meio ambiente e mais rentabilidade para o ponto de venda.
Para Rodrigo Figueiredo, vice-presidente de Sustentabilidade e Suprimentos da Ambev, “é economia e impacto positivo para todos, mas, sobretudo, para o meio ambiente, já que estamos oferecendo uma opção inteligente de consumo para o cliente poder tomar a sua cerveja preferida, porém em uma embalagem mais sustentável e com menor preço”.
Além da versão long neck de Brahma Duplo Malte nesse formato, marcas como Skol, Brahma e Antarctica também já são conhecidas pelo portfólio de embalagens retornáveis.
Conveniência
Apesar da aposta nos retornáveis fazer parte de uma agenda de iniciativas adotadas há anos, a companhia – que já contava com uma logística afinada para coleta dos vasilhames – agora oferece mais comodidade para que seus consumidores possam escolher quando, onde e como querem trocar seus cascos.
Em parceria com os pontos de venda, a Ambev promove o consumo do retornável tanto nos próprios estabelecimentos, quanto como opção de compra para levar para casa, oferecendo o produto a um preço mais atrativo nesse segundo formato.
A companhia está ainda disponibilizando um estoque de vasilhames. No caso das garrafas de 300ml, por exemplo, o valor sugerido é de apenas R$ 1 por unidade. A Ambev também disponibiliza a possibilidade de troca por meio do seu aplicativo Zé Delivery.
“Estamos impulsionando o retornável como uma fonte de renda incremental para os nossos pontos de venda com o modelo ‘pra levar’, em que o consumidor compra a garrafa de 300ml para consumir em casa e por um preço mais competitivo. Nossa plataforma, BEES, tem o papel de acelerar esse plano, garantindo a execução e alcance da estratégia com os nossos clientes espalhados no Brasil”, afirma Daniel Cocenzo, vice-presidente de Vendas da Ambev.
Ampliação dos retornáveis
Segundo Figueiredo, o retornável já é bem relevante para a companhia. “Com as diversas iniciativas que temos adotado, conseguimos um crescimento constante, ano contra ano, no peso de retornáveis, que cresceram duplo dígito, e o que nos deixa otimistas em relação à mudança de hábito do consumidor”.
Além disso, no Relatório de ESG 2021, é calculado o índice de impacto das embalagens a partir de uma metodologia própria, que aplica indicadores de desempenho, seguindo critérios de relevância ambiental, em linha com as metas de sustentabilidade.
“Junto ao Instituto de Embalagens e com auditoria da Bureau Veritas, a Eco Score foi desenvolvida em 2020 e passou a integrar os processos de desenvolvimento e produção de embalagens da companhia no ano passado. Nessa ferramenta é possível identificar o quanto as embalagens retornáveis são benéficas, com uma pontuação 3x melhor em comparação com as embalagens one-way”, diz.
Outras iniciativas são as voltadas à inovação, que surgem como solução para alavancar os nossos resultados em circularidade de embalagens e fortalecer a nossa jornada rumo à meta para 2025, dentre elas, citamos a parceria com a growPack, uma startup que detém uma tecnologia regenerativa que possibilita o desenvolvimento de embalagens fabricadas com compostos orgânicos da própria natureza; o uso da tecnologia Keel Clip, utilizada por Corona, que reduz o uso de plástico nos packs, além da recente aposta da marca em long necks retornáveis, que serão distribuídas nacionalmente até 2023.
Por: Marina Filippe