Sob as sombras das crateras do planeta Mercúrio existem grandes reservas misteriosas de gelo. Desde sua descoberta os cientistas se perguntavam como toda essa água teria parado por lá, mas agora um novo estudo confirmou uma das principais hipóteses.
Uma simulação computacional mostrou que corpos celestes pequenos, como asteroides, cometas e partículas de poeira, transportam volumes suficiente de água capazes de explicar a quantidade da substância encontrada no menor planeta do nosso sistema solar.
A superfície do planeta mais próximo do sol é marcada por crateras, algumas tão íngremes, que mantêm seus vales sempre na escuridão. Nessas regiões é possível encontrar camadas de vários metros de espessura de gelo, que desafiavam uma explicação pelos cientistas.
Foi então quem Kateryna Frantseva entrou em cena. A pesquisadora do Instituto Neerlandês de Pesquisa Espacial (SRON) desenvolveu um algorítimo capaz de simular o impacto de corpos estranhos no planeta.
Com o código, ela descobriu a fonte de toda essa água. Segundo o trabalho a poeira espacial foi, ao longo de um bilhão de anos, a principal fonte de gelo nesse período, contribuindo até 16 vezes mais que cometas e asteroides.
Frantseva, em nota, diz que não se pode descartar o papel de fontes endógenas de água no planeta, como atividade vulcânica ou liberação de gases. Mas ressalta que a queda de corpos espaciais é capaz de explicar sozinha o fenômeno.
O algorítimo pode servir, no futuro, como base para modelos teóricos no cálculo do volume de água de exoplanetas.
Por: Acácio Moraes – Tec Mundo