“Um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença”. Essa é a definição de saúde atribuída pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Dessa forma, vemos que a saúde física e mental precisam estar em equilíbrio. Criada em 1948 pela OMS, a data possui o intuito de conscientizar sobre os principais problemas que podem atingir a população mundial.
Infelizmente, os transtornos mentais não são encarados com a mesma urgência que uma doença física, fazendo com que muitos não busquem ter uma saúde mental de qualidade. O passo mais importante nessa busca é procurar ajuda profissional. No entanto, ainda existe uma certa resistência por uma parte considerável da população brasileira.
Os motivos para essa resistência são diversos. Dentre eles estão: o preconceito, o medo de enfrentar os próprios traumas e, para muitos, a questão financeira. Muitos brasileiros ainda não sabem que é possível adquirir atendimento psicológico gratuito no país por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Sabendo disso, como é possível identificar a necessidade de um acompanhamento psicológico? A psicóloga infantil Gabriela Teixeira aponta alguns sinais a serem observados nas crianças e nos adultos:
Com a chegada do Dia Mundial da Saúde (07/04) os alertas sobre os cuidados com a saúde se intensificam.
“Os sinais no adulto geralmente são a ansiedade e a depressão, mas tudo aquilo que esteja comprometendo o bom relacionamento no ambiente familiar ou no ambiente de trabalho pode ser um motivo para buscar ajuda. Qualquer coisa que esteja fazendo a pessoa sofrer é motivo para buscar ajuda. Nas crianças, geralmente quando apresentam medo, birra excessiva, comportamento opositor, são sintomas importantes a serem observados” afirma a profissional.
Devido a chegada da pandemia e a instauração do isolamento social, o atendimento psicológico de maneira online cresceu bastante pois se tornou a única opção possível de manter os tratamentos funcionando. É inegável que o uso da tecnologia tem ajudado as empresas a fornecerem a melhor experiência possível para os seus clientes, mas os questionamentos referentes a eficácia do procedimento acabam aparecendo. Gabriela diz que as sessões online têm se mostrado eficazes em pessoas adultas. Mesmo com a flexibilização muitos pacientes ainda preferem se manter no atendimento online. Por outro lado, se tratando de crianças e adolescentes, a terapeuta afirma que o processo se torna inviável.
“A criança precisa brincar, explorar o ambiente na presença do terapeuta, não é possível criar esse vínculo através de um vídeo. No caso do adolescente também é mais difícil pela resistência que ele apresenta, dessa forma fica mais complicado de engrenar na terapia. Nesses dois casos se faz necessário a terapia presencial” declara a psicóloga.
Gabriela explica que utiliza uma abordagem denominada ludoterapia, que é feita através de brincadeiras e interações com a criança e os pais. Dessa forma, a consulta hibrida não seria proveitosa.
A terapeuta conta que as principais sequelas deixadas após esses dois últimos anos de pandemia é a possível permanência do medo e da insegurança na cabeça das pessoas, fazendo com que elas apresentem alguns sintomas patológicos, reforçando assim a importância da procura de atendimento psicológicos.
Compreender os sintomas e ter um diagnóstico médico é necessário para que a pessoa esteja ciente de onde e como ela pode melhorar. O cuidado físico e psíquico é essencial para que o bem-estar completo de cada um seja devidamente alcançado.
Victória Oliveira.