Sistema de análise da Amazônia ajudará no combate às emissões de gases poluentes

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A Amazônia receberá um sistema abrangente de análise de emissões de gases de efeito estufa (GEE), desenvolvido pelo Centro de Pesquisa para Inovação em GEE (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP). O objeto é alcançar uma visão completa do quanto o sistema amazônico emite e absorve de GEE para orientar políticas de redução desses poluentes.

A nova plataforma usará uma série de técnicas de big data, como inteligência artificial e aprendizado de máquina, para fornecer análises completas que servirão para monitorar a liberação de GEE, entender suas principais fontes e orientar a fiscalização de políticas voltadas para a redução das emissões.

O projeto contará com a participação de diversas Organizações não Governamentais (ONGs) referências nessa área, como o Instituto de Pesquisas Amazônicas (Ipam), o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia e o MapBiomas, que fornecem informações geolocalizadas das emissões e do desmatamento.

A plataforma reunirá os últimos 25 anos de dados obtidos em superfície e por satélites sobre emissões e absorções de GEE. Paulo Artaxo, professor do IF-USP e um dos coordenadores do projeto, explicou que será possível visualizar um estado de emissões quase em tempo real.

Pela primeira vez uma plataforma unificará o maior número de parâmetros que determinam o processo de absorção e emissão de CO2 e metano para a atmosfera. A confiabilidade dos dados ajudará a cumprir as metas de redução estabelecidas, por exemplo, pela COP26, firmadas no ano passado.

Implementando a plataforma

Os dados do novo repositório reúnem informações obtidas por torres, pelo sistema de sensoriamento remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e uma série de análises meteorológicas de toda a região amazônica, presente em nove países — entre eles o Brasil.

José Reinaldo Silva, coordenador da parte computacional da plataforma, disse que o sistema amazônico é tão complexo e amplo que, para compreende-lo bem, é necessário que essas ferramentas sejam combinadas visualizar o comportamento não linear “da interação da floresta com o sistema climático”.

A primeira fase está em desenvolvimento e consiste na coleta de dados de sensoriamento remoto, superfície e de modelagens já realizadas. O próximo passo é unificar esses bancos de dados para criar ferramentas de inteligência artificial, capazes de fornecer informações precisas do sistema.

Atualmente, as análises sobre as emissões de GEE da Amazônia são imprecisos porque são divulgadas em diferentes ocasiões, dando margem à discordância dos números. O repositório chega para solucionar esse problema, que afeta a validação dessas informações.

A partir dele, será possível analisar também os efeitos da degradação florestal nas emissões, além do impacto de fenômenos climáticos como o El Niño e a La Niña. Futuramente, os pesquisadores pretendem emitir relatórios periódicos dessas análises.

O pesquisador Artaxo adiantou dois aspectos que serão destacados na plataforma: o impacto da expansão agropecuária e o das mudanças climáticas nas alterações do processo de fotossíntese da Floresta Amazônica.

Além do INPE, o projeto é coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (Inpa), Programa LBA – Experimento de Larga Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia, Amazon Tall Tower Observatory (torre ATTO), Escola Politécnica (Poli-USP) e Instituto de Física (IF-USP).

Fonte: Canal Tech

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