Magazine Luiza (MGLU3): o que esperar do resultado do 4º trimestre de 2021 da varejista?

Expectativa é de que cenário desafiador siga impactando, com projeção de prejuízo; marketplace deve seguir forte, enquanto lojas físicas devem ter queda

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Fechando a temporada de balanços das empresas com grande exposição ao e-commerce, o Magazine Luiza (MGLU3) divulgará seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2021 nesta quarta-feira (14), após o fechamento do mercado.

Refletindo o cenário desafiador do setor, de acordo com consenso Refinitiv, a expectativa é de que a varejista registre um prejuízo líquido ajustado de R$ 16,5 milhões nos últimos três meses de 2021, ante lucro ajustado de R$ 22,6 milhões no terceiro trimestre e resultado positivo de R$ 232 milhões no quarto trimestre de 2020. Em termos contábeis, não recorrentes, a expectativa é de um lucro de R$ 52,93 milhões, queda de 63% frente o trimestre imediatamente anterior e de 76% na comparação anual.

Já para a receita líquida, a projeção do consenso é de um número de R$ 9,804 bilhões, alta de cerca de 14% frente o terceiro trimestre, mas baixa de 2,60% na base anual.

A expectativa de grande parte dos analistas de mercado é de números sem brilho para a companhia. Os dados do volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) serão observados de perto pelos investidores, após um último trimestre difícil principalmente para bens duráveis devido à menor renda disponível dos consumidores, enquanto a concorrência segue sendo um tema monitorado no setor.

Expectativa de crescimento do GMV

A XP espera um trimestre de resultados mistos para o Magalu, principalmente explicado pela performance do varejo físico e do 1P (estoque próprio), que devem continuar apresentando resultados mais fracos, enquanto o crescimento do 3P (estoque de terceiros, marketplace) segue sólido.

Os analistas da casa estimam um crescimento do GMV total de 6% na base anual, impulsionado pelo crescimento do GMV online de 17%, com o 1P em alta de 3%, positivamente impactado consolidação do KaBuM! a partir de dezembro de 2021, e 3P em alta de 55%.

Enquanto isso, aponta a XP, as operações físicas devem registrar queda de vendas mesmas lojas (SSS) de 22% na base anual, impactado pelo ambiente macro difícil e pela demanda ainda fraca por bens duráveis.

Rentabilidade

Em termos de rentabilidade, os analistas esperam que a margem bruta deva apresentar queda de 1,8 ponto percentual na base anual, dada a época de vendas mais promocional e custos mais elevados. Isso se traduziria numa margem Ebitda (ou Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações – sobre receita líquida) de 2,9%, baixa de 2,1 pontos percentuais na base de comparação anual. Os analistas da casa esperam um prejuízo de R$ 58 milhões.

O Bradesco BBI aponta que as categorias de grande porte, como móveis e eletroeletrônicos, continuam apresentando crescimento fraco, embora não veja sinais de deterioração material em relação ao último fraco trimestre.  Cabe ressaltar que, na sessão pós-resultado do terceiro trimestre, em 12 de novembro de 2021, as ações da companhia desabaram mais de 18%, com a diminuição na rentabilidade e a desaceleração das vendas impactando a visão dos analistas sobre o resultado, além da perspectiva de persistência de um quadro econômico mais desafiador.

O BBI ressalta que o crescimento do comércio eletrônico continua se normalizando à medida que “começamos a nos mover para um ambiente pós-Covid”, e a projeção também é de que a categoria de eletrônicos continue se arrastando. A expectativa dos analistas é de um prejuízo ajustado de R$ 21 milhões do Magalu no quarto trimestre. Para a margem Ebitda ajustada, a projeção é de baixa de 1,8 ponto percentual, para 3,4%. Já para a receita líquida, os analistas esperam uma queda de 1,2%, indo de R$ 10,066 bilhões nos últimos três meses de 2020 para R$ 9,941 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado.

O Morgan Stanley, por sua vez, espera uma alta de 5% da receita líquida na base anual, para R$ 10,519 bilhões e, ao contrário das projeções de consenso, da XP e do BBI, um lucro ajustado de R$ 25 milhões, alta de 12% na base trimestral, mas queda de 89% na comparação anual.

A expectativa é de um crescimento geral de GMV entre 10% e 15% na base anual, projetando uma baixa de 3% das vendas nas mesmas lojas e uma alta de 23% no e-commerce. Contudo, destacou que havia risco de baixa com as condições mais difíceis na indústria de eletrônicos, que foram percebidas durante o trimestre.

Para o BTG Pactual, a operação do Magazine Luiza sofre das seguintes pressões comuns ao segmento: desaceleração do e-commerce brasileiro, que é forte de forma particular para operadores de eletrônicos e 1P; concorrência de empresas nacionais e internacionais (levando a mais descontos, subsídios e custo de aquisição de clientes crescente) e a maior preocupação com margens sustentáveis, dada a perspectiva competitiva do setor. O banco projeta expansão no GMV online de 19%, enquanto as “vendas nas mesmas lojas” (físicas) deve cair 19%. No consolidado, projeta um crescimento de vendas nas mesmas lojas de 6% na comparação anual.

A XP e o Bradesco BBI possuem recomendação equivalente à neutra para os ativos MGLU3, mas dados compilados pela Refinitiv apontam que a maior parte dos analistas segue com recomendação de compra para ação. De 14 casas que cobrem o papel, 10 têm recomendação de compra e 4 de manutenção/neutra, com um preço-alvo de R$ 15,41, alta de 170% em relação ao fechamento de sexta-feira (11).

Fonte: InfoMoney

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