Data Makers traz a percepção dos executivos sobre Inteligência Artificial e temas relevantes em 2024 que estão na agenda dos CEOs
A Data-Makers, instituto de pesquisa que trabalha com projetos de dados, realizou uma pesquisa recente com 110 C-levels e conselheiros de diversas empresas e trouxe à tona a percepção dos executivos em relação diferentes temas, como a Inteligência Artificial (IA). A amostra é composta por uma variedade de cargos, com 40% de CEOs, 45% de C-levels e um número significativo de conselheiros. O estudo abrange empresas de todos os portes, desde microempresas até grandes corporações, e foi apresentado em evento na ESPM na semana passada.
Um dos principais tópicos abordados foi a utilização de IA nas empresas. Com uma pergunta direta sobre a adoção da tecnologia, 80% dos executivos confirmaram que suas organizações utilizam algum tipo de IA.
Fabrício Fudissaku, CEO da Data-Makers comenta que “comparando ao ano passado, esse tema se tornou extremamente importante. Vemos uma crescente em relação ao ano anterior”.
Sobre a importância da Inteligência Artificial, 8 em cada 10 executivos disseram que é um tema extremamente relevante na agenda. Entretanto, quando analisado o conhecimento a respeito, apenas 6% declararam ter um conhecimento avançado, o que revela um gap entre a importância percebida e o conhecimento aprofundado sobre o tema. Embora 84% têm conhecimento razoável sobre a tecnologia.
Temas prioritários para 2024
Os dados revelaram a importância dos temas considerados por esses líderes em 2024:
- Inteligência Artificial (82%);
- Experiência do Cliente (65%);
- Transformação Digital (65%);
- Diversidade, Equidade e Inclusão (49%);
- ESG (Ambiental, Social e Governança) (56%).
Quando questionados sobre a relevância da Inteligência Artificial dentro de suas organizações, 67% dos executivos indicaram que o tema é prioritário. Contudo, temas como ESG e Diversidade, Equidade e Inclusão enfrentam uma saturação de atenção, ou seja, muitos executivos acreditam que essas áreas já recebem a devida atenção ou até mais do que merecem. Em contrapartida, a Inteligência Artificial, apesar de ser um tópico em alta, ainda apresenta desafios de adoção e implementação.
A avaliação da adoção da IA
A pesquisa também revelou um aumento na percepção da atuação das empresas em relação à Inteligência Artificial, passando de 25%, em 2023, para 29% de executivos que avaliam suas ações como boas ou excelentes.
Os principais motivadores para a adoção da tecnologia foram identificados como:
- Eficiência operacional (76%);
- Tomada de decisão baseada em dados (69%);
- Conhecimento do consumidor (58%);
- Desenvolvimento de novos produtos (55%);
- Otimização de custos (47%).
Desafios e oportunidades
Em uma discussão sobre as perspectivas futuras, Lucas Pestalozi, founder e head de inovação da HSR Health, ressalta que “a qualidade da inovação em Inteligência Artificial é bastante acessível e exequível”. O executivo acredita que, ao contrário do Big Data, a IA permite a implementação de soluções de forma mais rápida e em diversas áreas da organização.
Michel Pereira, diretor de dados e inteligência artificial da Microsoft, acrescentou que muitas empresas ainda estão em fase experimental, realizando pequenos testes internos. “O que observamos é que os executivos estão começando a olhar para processos internos e realizar pequenos experimentos. Por exemplo, podem pegar um documento e fazer uma sumarização ou analisar uma imagem. Esses primeiros testes são fundamentais para que as ideias comecem a emergir”, pontua. “Ainda há uma estruturação a ser feita, e muitas empresas começam a explorar ferramentas de forma isolada”.
Por fim, o professor Cláudio Oliveira da ESPM destacou que as barreiras enfrentadas no ambiente corporativo são, em grande parte, humanas, principalmente a falta de preparo e conhecimento. “Na academia, precisamos desenvolver métodos que capacitem nossos alunos a aprender e se preparem para as mudanças que já estão ocorrendo nas empresas. Esse conhecimento não pode esperar o tempo necessário para se transformar em livros ou cursos formais”.