Uma pesquisa publicada na revista Nature, com 130 mil participantes de 125 países, descobriu que 69% estariam dispostos a doar 1% de sua renda para combater as mudanças do clima. Os responsáveis pelo estudo são das universidades de Bonn e de Copenhagen, além do Leibniz Institute for Financial Research, de Frankfurt.

A porcentagem varia dependendo do país. De forma geral, os moradores de países mais ricos são menos propensos a abdicar de parte de seu dinheiro, enquanto originários de países mais pobres se mostram mais abertos à proposta.

Os 10 países com os moradores mais dispostos a contribuir financeiramente

  1. Myanmar
  2. Uzbequistão
  3. Mongólia
  4. Camboja
  5. Mali
  6. Paraguai
  7. Laos
  8. Ilhas Maurício
  9. Venezuela
  10. Bolívia

Os 10 países com os moradores menos dispostos a contribuir financeiramente

  1. Egito
  2. Israel
  3. Lituânia
  4. Rússia
  5. Cazaquistão
  6. Nova Zelândia
  7. Paquistão
  8. Reino Unido
  9. Estados Unidos
  10. Canadá

Teodora Boneva, pesquisadora da Universidade de Bonn, destacou ao Daily Mail que a difícil mudança de estilo de vida necessária para combater as mudanças climáticas pode ser a resposta para a discrepância entre os países. “Países mais ricos ainda são fortemente dependentes de combustíveis fósseis. Os custos da adaptação poderiam ser vistos como demasiadamente altos, já que as mudanças de estilo de vida necessárias seriam drásticas demais”, diz a professora.

Nos Estados Unidos, onde somente 48,1% estão dispostos a contribuir financeiramente, os combustíveis fósseis são responsáveis por 80% da energia produzida e representam aproximadamente 8% do PIB do país. O mesmo ocorre no Reino Unido, que é dependente de combustíveis fósseis para geração de mais de 75% de sua energia, onde 47,6% dos moradores contribuiriam para combater as mudanças climáticas.

Teodora ainda pontua que, diferente dos países mais pobres, os mais ricos podem acreditar estar mais bem preparados para lidar com os efeitos das mudanças climáticas. A lógica é semelhante para os países com temperaturas médias mais baixas, que não veem as consequências imediatas das transformações do clima.

“Os efeitos mais diretos e imediatos provavelmente irão se concentrar em países mais pobres, com menos recursos para mitigar os prejuízos da crise do clima”, afirma Boneva.

Por Gabriela Guido