A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou um relatório no qual aponta que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. O excesso de calor é ocasionado, sobretudo, pela deterioração da camada de ozônio que sofre com os gases geradores do efeito estufa, entre eles o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso.
O agravamento das condições climáticas está impulsionando as cidades a repensar a forma como se desenvolvem e se organizam. A seguir, conheça 5 exemplos para combater as altas temperaturas nas cidades.
1. Redução das “ilhas de calor”
Quanto maior for a quantidade de ruas asfaltadas maior será a retenção de calor no solo ao longo do dia, liberado geralmente na parte da noite. O mesmo também ocorre sobre as construções. Consequentemente, as temperaturas sobem e o aquecimento não se dissipa.
Por isso, entre as ações para conter as altas temperaturas está o uso de materiais com níveis mais baixos de absorção de calor, como são os casos de telhados reflexivos, ou mesmo pavimentação permeável.
Outra medida é a pintura dos telhados com tinta branca, que tende a resfriar o interior dos imóveis por refletir em até 90% dos raios solares.
2. Plantio de mais árvores e aumento da vegetação
Uma providência tomada gradualmente por cidades que pretendem se tornar mais sustentáveis é o plantio de árvores, tornando as ruas arborizadas. Diferentemente do que se possa imaginar, a medida não é feita apenas em parques, mas também em calçadas e outros espaços públicos com maior concentração de imóveis e pessoas.
As árvores combatem a incidência solar proporcionando mais espaços sombreados. Logo, as áreas cobertas naturalmente são mais frias em comparação com os espaços desprovidos de vegetação.
Além disso, a inclusão de plantas em “paredes vegetais” e “tetos verdes” a partir de projetos de paisagismo em edifícios também contribui com o resfriamento interno desses ambientes, bem como serve de decoração dos espaços.
3. Redesenho de ruas
Ruas mais largas auxiliam na circulação de ar, o que é igualmente uma estratégia para diminuir a sensação de calor.
Ao redesenhar as vias de trânsito, tornando-as maiores em largura, também contribui-se para diminuir as “ilhas de calor”, uma vez que a entrada de ar fresco, de certo modo, resfria esses lugares.
4. Adoção de transportes com uso de combustíveis renováveis
A substituição de automóveis e ônibus movidos por combustíveis fósseis por outros que funcionam a base de biocombustível, biogás ou eletricidade tem sido uma alternativa no combate ao aquecimento global.
É comprovado que a queima de combustíveis fósseis emite um índice maior de poluentes na atmosfera, em comparação com aqueles oriundos de fontes renováveis. Estima-se que 86% das emissões de gases que poluem a camada de ozônio, como o CO2, são originados a partir dessa via.
Nesse contexto, ao criar mais ciclovias, ciclofaixas e calçadas, estimula-se direta e indiretamente a mobilidade por meio do uso de meios de transporte de duas rodas ou que não funcionam a partir de combustíveis fósseis. É o caso das bicicletas, dos patinetes, dos skates, dos patins, bem como do caminhar e correr dos pedestres.
5. Uso de antigas técnicas de resfriamento
Técnicas usadas antigamente para resfriar ambientes são redescobertas pelas novas populações. São os casos da ventilação cruzada em construções, com aberturas estrategicamente posicionadas em diferentes partes de um edifício ou casa.
Muito praticado em casas antigas, os pátios internos são uma tendência adicional que permite maior circulação de ar nas incorporações imobiliárias.
Além disso, ao construir casas, a escolha por materiais como argila e pedra combate o calor, tornando os ambientes internos mais frescos.
Os toldos retráteis também são uma aplicação possível para combater as altas temperaturas.