De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em 2021, cerca de 46,7% dos Microempreendedores Individuais (MEIs) registrados no território brasileiro eram mulheres.
No Pará, o cenário é semelhante. Segundo dados do Registro Mercantil da Junta Comercial do Estado do Pará (Jucepa), de janeiro a novembro de 2021, 44% dos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJ) foram abertos por mulheres, 2% a mais que no ano anterior.
Presidente do Conselho da Mulher Empresária (CME) da Associação Comercial do Pará (ACP), Izabela Araújo explicou que esse aumento do empreendedorismo feminino se reflete no crescimento da própria entidade, que reúne empreendedoras de diversos segmentos.
“Temos observado um crescimento muito grande do conselho. A gente quase triplicou o número de associadas. O nosso conselho é multissetorial, existe uma grande interação de todos segmentos, como comércio, indústria e profissionais liberais”, explicou.
A expectativa do Conselho é de que, em um futuro próximo, haja uma consolidação desses números, equiparando a quantidade de homens e mulheres no empreendedorismo.
“Elas agem independentemente dos nossos eventos, fazem eventos, parcerias e cursos juntas. Estamos de braços abertos para receber e integrar essas mulheres. E temos observado um crescimento muito grande nos segmentos de comércio, serviços, marketing digital, influenciadoras digitais, além de pet shops. O mercado está muito aquecido”, argumentou.
Para aquelas mulheres que sonham empreender, o primeiro passo dessa jornada é procurar o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). “É a primeira porta para quem quer começar e tem dúvidas. Se informe, se regularize, porque empreender com CNPJ vai abrir muitas portas”, disse.
Depois de abrir mão de ter emprego com carteira assinada, a social media Eveline Maia, 35, resolveu fazer uma transição de carreira há um ano, quando decidiu começar a empreender na área de marketing digital. Ela procurou primeiramente o Sebrae, onde se formalizou como MEI e fez cursos.
Após isso, Eveline associou-se ao CME. E foi através do relacionamento na entidade que conseguiu captar os clientes e hoje está com a cartela fechada com oito clientes. Ela trabalha seis horas por dia, em casa, com renda mensal fixa de R$ 4.800.
“Tive de optar pelo empreendedorismo por conta do meu filho, para poder ficar perto dele. Sempre trabalhei na área administrativa, com CLT, mas depois da pandemia resolvi fazer meu MEI e ser a minha própria chefa. Como social media faço a criação do conteúdo e, ao lado disso, também executo um trabalho social voltado ao futebol, de valorização da mulher no futebol”, contou.
AULAS
Há exatos sete meses, a professora de inglês Meg Velasco, 32, trocou uma carreira de dez anos de atuação em salas de aulas, de cursos de idiomas e escolas regulares, para se tornar MEI. “Desde 2019 já tinha esses planos, só que nunca saíam do papel. Mas depois da pandemia vi que era um mercado com muitas possibilidades, inclusive, de morar em outros lugares.”
Atualmente, Meg dá aulas particulares online para sete clientes, na maioria adultos. Mas os projetos para a nova carreira não param por aí. A empreendedora planeja criar um método de ensino próprio com materiais e aulas diferenciadas.
“Empreender foi como uma última saída para não me desmotivar como professora. Quando comecei, claro que surgiram muitos medos, insegurança. Mas quando você descobre o que gosta e sabe que faz bem, tem pessoas que te apoiam, ajuda muito”, detalhou a professora.
Por: Pryscila Soares/Diário do Pará