quinta-feira,21 novembro, 2024

4 áreas do pilar “Social”, de ESG, que não estão ligadas à responsabilidade social como conhecemos

Cuidado com os colaboradores e desenvolvimento da comunidade do entorno do negócio estão entre as ações que podem ser aprimoradas dentro das empresas

Environmental, Social and Governance (Meio Ambiente, Social e Governança) são os pilares que compõem a tão repetida sigla ESG no mundo corporativo, temas que têm características próprias e entraram, de vez, na pauta das organizações de todo o planeta.

Neste artigo, o foco é o pilar Social, que talvez seja um dos mais complexos, porque é facilmente confundido com ações de filantropia, mas seu significado vai muito além. Para compreendê-lo melhor, vale salientar que no mundo dos negócios estamos migrando do que conhecíamos como capitalismo de acionista para o chamado capitalismo consciente.

De forma muito simplificada, significa que as empresas devem criar valor intelectual, social, físico, emocional, ecológico, e ético etc. para todos os seus públicos estratégicos (funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, comunidade e sociedade em geral).

Feita a contextualização, acompanhe a seguir quatro áreas que pertencem ao aspecto Social do ESG e vão além da filantropia

1 – Cuidado com os colaboradores

Não dá nem para começar a falar em ESG sem que exista a plena garantia dos direitos trabalhistas. Só depois desse predisposto básico podemos tratar do cuidado com as pessoas, empatia, humanização, segurança e educação continuada.

Além disso, a empresa precisa incentivar a preservação de um ambiente acolhedor e ético, com programas que combatam preconceitos e discriminações, estimulem uma rotina de hábitos saudáveis, promovam a qualidade de vida e garantam o suporte necessário para suprir as necessidades dos funcionários.

2 – Desenvolvimento da comunidade

O pilar Social também prevê a assistência da organização para o desenvolvimento das comunidades nas quais seus negócios estão inseridos. Para tal, é fundamental promover projetos de educação, saúde e segurança, de contratação e desenvolvimento de mão-de-obra local, de melhorias na infraestrutura da região, bem como também de cuidados e preservação do meio ambiente da área.

3 – Relacionamento com fornecedores

No capitalismo consciente, os fornecedores deixam de ser apenas os CNPJs dos quais as empresas compram insumos e matéria-prima e passam a ser grandes parceiros de negócios. Dessa forma, contratante e contratado precisam acreditar nos mesmos valores, praticar as mesmas ações éticas e ter propósitos comuns e complementares.

Os protagonistas da cadeia de suprimentos devem exercer um papel fundamental para fazer adequações às necessidades dos clientes finais, garantir qualidade, criar novas tecnologias, ajudar no desenvolvimento de inúmeros mercados e na promoção das marcas com as quais fecham negócios.

Vale destacar também que, nessa relação, o contratante tem a responsabilidade de desenvolver boas parcerias e, inclusive, ser modelo e facilitador para a disponibilidade de ferramentas, desenvolver e formar os fornecedores etc.

4 – O cuidado com o cliente

Olhar para esse público sob a ótica do pilar “S” é garantir não só qualidade na entrega, mas também um produto de valor e impacto positivo para “os clientes do seu cliente”.

Uma empresa que realiza obras civis, por exemplo, ao construir um hospital, disponibiliza ao seu cliente mais do que um prédio nas especificações técnicas exigidas. Ela entrega um equipamento de saúde construído por funcionários bem cuidados, fornecedores qualificados, em uma comunidade assistida e que prevê a experiência e o conforto dos pacientes que serão acompanhados pela instituição.

Essas áreas são apenas um recorte do que pode ser explorado pelo pilar Social. O horizonte de ações que podem ser realizadas é enorme, porém, a dica aqui é começar revisitando o que já é feito dentro de casa. Talvez você e sua empresa se surpreendam com o quanto já realizaram e tenham mais clareza do que pode ser aprimorado.

Escrito por André Villac Abucham

Fonte: Exame

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