Nosso planeta parece que está entrando em uma “nova era” de expansão do uso de fontes de energia renováveis, como a eólica e a solar, em detrimento da queima de combustíveis fósseis. É o que aponta uma nova análise da Ember, instituição de pesquisa especializada na questão energética.
O relatório publicado pelo think tank — grupo de profissionais que analisam temas de sua especialidade — aponta que as energias solar e eólica atingiram o nível recorde de 12% na matriz elétrica global. Isso levou o planeta a atingir cerca de 40% da sua eletricidade proveniente de fontes de baixo carbono. E, para a Ember, essa tendência não deve parar por aí.
Os especialistas estimam que toda a nova demanda de energia de 2023 será suprida por fontes renováveis — um bom sinal, já que o grupo afirma que a eletricidade global deve estar totalmente livre de emissões de carbono até 2040 para que o mundo atinja suas metas climáticas.
Esta nova demanda é proveniente do crescimento populacional e também da expansão do acesso à energia elétrica — algo que hoje cerca de 775 milhões de pessoas ao redor do mundo ainda não possuem.
Uma mudança que veio para ficar?
Este ano não foi o primeiro em que a participação dos combustíveis fósseis na matriz elétrica global diminuiu. Mudanças semelhantes já foram observadas, por diferentes motivos, em recessões globais — como em 2008 e 2020. Desta vez, porém, a Ember afirma que a transição acontece “em um nível estrutural e duradouro.”
Isso significaria que o momento marca o início de um declínio a longo prazo do consumo de combustíveis fósseis, implicando em “emissões do setor energético que nunca mais vão atingir o mesmo nível de 2022,” projetam os especialistas.
O ano passado viu um aumento de 1,1% na geração de energia pela queima de carvão, em partes pelo aumento do preço e diminuição da oferta de gás natural pela Rússia, devido à guerra da maior exportadora deste recurso contra a Ucrânia. Além disso, o fechamento de usinas nucleares na Europa foi parcialmente compensado por esta fonte não-renovável. Para a Ember, o momento exige prolongar a atividade destas usinas, além de multiplicar os investimentos em hidrelétricas.
Estudos nacionais já mostraram que o Brasil deve seguir a tendência global apontada pela Ember. Assim como no resto do mundo, espera-se que 2023 seja um ano de grande expansão das energias renováveis em território brasileiro, com destaque especial para a energia solar.
Fonte: Ember Via: Carbon Brief