Uma gestão econômica eficiente e práticas assertivas para o aumento da produtividade são aliadas a sustentabilidade na cadeia leiteira. Nesta quarta-feira (8), segundo dia de debates do 12º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), especialistas do setor apresentaram estratégias para administrar recursos em busca de um melhor desempenho nas propriedades.
O zootecnista Christiano Nascif pontuou aspectos críticos para atingir a rentabilidade e sustentabilidade na produção de leite. Segundo o especialista em gestão financeira, a sustentabilidade, a intensificação da produção e a rentabilidade andam juntas e o sucesso da atividade leiteira vai depender destes fatores.
“A intensificação do negócio poupa recursos e, assim, você aumenta a rentabilidade do negócio. Essa atividade tem centenas de indicadores, mas alguns são definitivos para que o produtor tenha êxito, como produtividade da terra em litros por hectare/ano, estrutura de rebanho e escala de produção. Quando pegamos a eficiência técnica e transformamos em eficiência econômica, vamos ter a taxa de retorno, que é a rentabilidade do negócio”, pontuou.
Para Nascif, a rentabilidade é um reflexo da eficiência técnica, mas essa eficiência não equivale a produzir ao máximo e, sim, no melhor contexto econômico. “Produzir muito e ser eficiente tecnicamente, sem ganhar dinheiro, não adianta”.
O palestrante trouxe exemplos práticos, com cases de propriedades de sucesso e comparativos de indicadores fundamentais para a gestão da propriedade. “Eficiência é produzir mais e melhor com menos. Temos que dominar esses indicadores e interpretar para que produtor saiba o que interfere no dia a dia dele, e o que vai dar sustentabilidade para seu negócio.”
PRODUÇÃO À BASE DE PASTAGENS
O pesquisador francês Remy Delagarde abordou produção e sustentabilidade nos sistemas de produção de leite à base de pastagens. Ele apresentou medidas para um manejo eficiente do pastejo, técnicas de como alcançar um bom uso das pastagens ao longo do ano, relacionando a produção por vaca e produção por hectare, além de abordar a importância da otimização de recursos e redução de impactos ambientais deste sistema.
O especialista em produção de leite em sistemas pastoris trouxe referências da Europa, especialmente da França, baseadas em experiências de pastagens no clima temperado.
De acordo com Delagarde, o sistema de pastagens é fundamentalmente dinâmico, por isso é necessário pensar continuamente estratégias, elencando o manejo anual, manejo tático mensal, custos de produção e acompanhar atentamente o plano nutricional das vacas.
“Para termos um sistema de pastagens sustentável, precisamos antecipar ao máximo as decisões e definir com cautela o planejamento forrageiro, considerando as particularidades de cada localidade e de seu clima. Para melhoria da eficiência do sistema, é necessário oferecer o máximo possível de pastagem ao longo do ano, dentro da realidade de cada propriedade. Também é importante evitar excesso de oferta de forragem por animal, fazendo o correto manejo de altura de entrada e saída dos piquetes, ajustar a quantidade oferecida de forragem conservada de acordo com a disponibilidade de pastagem e utilizar estrategicamente a suplementação com concentrados”, finalizou.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional