sexta-feira,22 novembro, 2024

12 tecnologias em Saúde chegam do futuro buscando visionários no presente

Ainda que todos os dias surjam evidências detalhadas sobre as causas dos problemas de saúde, está claro cientificamente que a genética, o ambiente e, mais significativamente, os comportamentos representam entre 70% e 90% do que constitui os problemas de Saúde. Em contraste, o tratamento das doenças representa apenas 10%, embora continue a consumir mais de 90% dos recursos disponíveis. Assim, um empreendedor, ou investidor, ou um ‘desocupado’ em busca de aventura na Cadeia de Saúde deveria esquecer a doença e se concentrar na medicina preventiva, preditiva e diagnóstica. É dela e para ela que o futuro reserva as melhores oportunidades, seja para nos salvar ou para empresariar investimentos nessa direção.

Orientar recursos para prevenção e promoção da saúde é o mapa do futuro. Uma velha citação explica por que o futuro se interessa mais pela saúde do que pela doença: “No puedes cruzar el mar simplemente mirando al água”. As evidências científicas e tecnológicas estão na luneta do que vem pela frente, sendo necessário ampliar a busca do estudo científico-tecnológico para cruzar os ‘oceanos’. Em outras palavras: “empreendedores e investidores, se liguem na ciência!”

relatório publicado em fevereiro/2023 (“A New National Purpose: Innovation Can Power the Future of Britain”) pelo Tony Blair Institute for Global Change é maiúsculo em suas observações:  “Um dos maiores eventos da história da humanidade começou no Reino Unido: a Revolução Industrial. Em pouco mais de 200 anos, a maior parte do mundo passou da pobreza extrema para uma vida de relativa abundância material. Algumas consequências dessa mudança levaram gerações para serem destiladas, mas, no final das contas, elas transformaram quase todas as partes da vida em nosso país. Eletricidade, aviões, telefones, antibióticos e muito mais se tornaram comuns em uma única vida. O futuro da Grã-Bretanha dependerá de uma nova era de invenções e inovações. Um novo “estado estratégico” precisa abraçar a revolução tecnológica”.

Em 12/04, na oficina de estudos “Future of Digital Health”, vamos avaliar a importância de estar observando as transformações que se camuflam no futuro. Nesse episódio, Paulo Banevicius, General Manager da DGS Brasil (Grupo Dedalus), estará junto conosco mostrando um pouco da experiência do grupo italiano na Europa. Nessa direção, um rastilho de “inovações em saúde embarcadas na ciência” avança por sobre sistemas e nações. Para todos aqueles que se interessam pelo “futuro da saúde”, seja por alguma atratividade capitalista, ou pela emergência social, ou mesmo pela expansão de políticas de inovação, o rol de tecnologias abaixo pode ser um bom prumo do que está chegando do futuro:

Réplicas robóticas do coração para planejamento de tratamento: pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) desenvolveram “réplicas robóticas maleáveis do coração” que se aproximam da anatomia de pessoas reais. Usando imagens médicas do coração dos pacientes, eles construíram ‘modelos computacionais’ adequados à impressão 3D. Uma vez impressos (em material macio), o modelo específico pode ser acionado usando “mangas infláveis” (no estilo dos manguitos de pressão arterial), permitindo que a equipe faça correspondência do fluxo sanguíneo e da pressão do coração original. Os modelos permitem que os médicos modelem com precisão a anatomia, fisiologia e mecânica cardíaca de um paciente individual, testando os efeitos de várias intervenções terapêuticas nesses parâmetros. Saiba mais aqui.

Software cria biomarcadores cancerígenos em tempo realsoftware de análise de imagem baseado em IA refere-se a programas que utilizam IA e aprendizado de máquina para processar, analisar e interpretar imagens digitais. Essas soluções são projetadas para reconhecer padrões, extrair informações valiosas e tomar decisões com base nos insights obtidos com a análise das imagensTerapias contra o câncer se multiplicam, melhorando os resultados para muitos pacientes. O padrão-ouro atual para identificar qual mutação do câncer está presente é o NGS (New Generation Sequencing) que fornece um portfólio genético amplo, mas que leva semanas para ser concluído (precisa de um tamanho significativo de amostras do tumor), além de ser caríssimo. Uma empresa israelense (Imagene) desenvolveu uma solução baseada em IA que analisa as imagens das lâminas de biópsia (digitalizadas) fornecendo perfis imediatos de mutações tumorais. A tecnologia obtém uma imagem da biópsia e, em alguns minutos, fornece um relatório completo para o diagnóstico (biomarcador), identificando a mutação real do câncer presente na biópsia. Saiba mais aqui.

Pesquisadores criam eletrodos dentro do corpocientistas da Universidade de Linköping (Suécia), desenvolveram um método pelo qual o “corpo pode cultivar seus próprios eletrodos”. A técnica (minimamente invasiva) envolve a injeção de um “hidrogel carregado de enzimas” no tecido-alvo. As enzimas interagem com as moléculas presentes no tecido, alterando a estrutura do gel e permitindo que ele se torne eletricamente condutor. A abordagem pode facilitar uma variedade de avanços médicos preventivos e preditivos, desde marca-passos até interfaces cérebro-computador. A tecnologia evita a necessidade de cirurgia invasiva ou de componentes elétricos rígidos convencionais que podem provocar reações imunológicas indesejadas. A integração do corpo com componentes elétricos está muito bem encaminhada, com versões atuais de sistemas de interface cérebro-computador, permitindo que pacientes paralisados ​​escrevam textos ou controlem uma cadeira de rodas elétrica. Saiba mais aqui.

Imagens de smartphones para detectação de Anemia: de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que aproximadamente 1,62 bilhão de pessoas, ou cerca de 24,8% da população global, sofram de anemia. Cientistas da University College London e da University of Ghana desenvolveram um sistema baseado em smartphone que pode detectar anemia por meio de fotos simples, tiradas com a câmera do aparelho. O processo envolve a obtenção de imagens de áreas do corpo menos pigmentadas, incluindo o branco do olho, a pálpebra inferior e o lábio. O aplicativo então analisa a ‘cor do tecido fotografado’ e, como a hemoglobina absorve a luz de uma maneira específica, o app pode usar essas informações para calcular a concentração de hemoglobina no sangue. A tecnologia pode ser útil na identificação de anemia em crianças nas áreas remotas. Os níveis de hemoglobina no sangue são facilmente medidos usando procedimentos laboratoriais de rotina, ‘mas em países de baixa ou média renda, ou em áreas remotas, pode não ser uma tarefa simples comparecer a uma clínica que possa realizar tal procedimento.’ Para minimizar essa prática, os pesquisadores recorreram ao smartphone com uma abordagem simples de colorimetria baseada em imagens de áreas do corpo que exibem menos pigmentação, como a pálpebra inferior. Em um teste recente em crianças, o método detectou todos os casos de anemia grave e níveis úteis de anemia leve. Saiba mais aqui.

Wearables detectam quando a fadiga vocal se instalapesquisadores da Northwestern University (EUA) desenvolveram um device vestível que pode detectar quando alguém está falando ou cantando, registrando essas informações para fornecer um alerta quando o usuário pode estar em “risco de fadiga vocal” (veja vídeo). O uso excessivo da voz em um curto espaço de tempo pode levar à fadiga vocal e até lesões. Essa tecnologia é útil para pacientes com distúrbios vocais, mas também para pessoas que dependem muito da voz em sua atividade profissional. O dispositivo se comunica com um aplicativo de smartphone para acompanhar o uso da voz. Os pesquisadores também desenvolvem um sistema pelo qual um usuário pode indicar no app se sentir que está se aproximando da fadiga vocal, e o sistema se lembrará disso como um ‘previsão vocal’ pessoal, alertando o usuário com antecedência se estiver ficando cansado. Saiba mais aqui.

Nova maneira de prevenir causas comuns de perda de visãoo crescimento prejudicial de vasos sanguíneos nos olhos, também conhecido como neovascularização, é uma condição na qual os vasos sanguíneos anormais se formam na retina ou na parte frontal do olho. Esse crescimento pode levar à perda da visão e até à cegueira se não for tratado prontamente. Pesquisadores da University of Virginia (EUA) descobriram um fator (desconhecido até então) que contribui para o crescimento nocivo dos vasos sanguíneos no olho. Esse avanço pode abrir caminho para novos tratamentos de degeneração macular e outras causas comuns de perda de visão. Eles identificaram um novo alvo que pode deter o desenvolvimento de ‘emaranhados anormais de vasos sanguíneos’, associados a condições oculares como degeneração macular relacionada à idade neovascular, retinopatia diabética proliferativa e oclusão isquêmica da veia retiniana. O estudo abre a possibilidade de mitigar o crescimento aberrante de vasos sanguíneos em doenças oculares, visando a maquinaria epigenética. Saiba mais aqui.

Biomarcador pode ser usado para diagnosticar câncer cerebralo glioblastoma (GBM) é o tipo de câncer cerebral mais comum e mortal, com uma taxa de sobrevida em cinco anos de apenas 5%. Pesquisadores da Penn State College of Medicine (EUA) identificaram um biomarcador que pode ser usado em exames de sangue para diagnosticar o glioblastoma (GBM), o mais comum e mortal tipo de câncer. Pacientes normalmente fazem exames de imagem, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada, para diagnosticar e rastrear a progressão de tumores cerebrais. Todavia, pode ser difícil para os médicos dizer a partir desses exames se o paciente está melhorando ou piorando devido ao fato deles não fornecerem detalhes no nível celular ou molecular. Nesse sentido, um teste de diagnóstico suplementar pode ajudar os médicos a determinar se os tumores estão respondendo à terapia. Assim, uma biópsia líquida pode facilitar o diagnóstico e, o mais importante, pode fornecer uma melhor compreensão da resposta do tumor ao tratamento. Saiba mais aqui.

Ultrassom portátil do tamanho de um selo postal monitora paciente por até 24 horasultrassom portátil pode ser usado por até 24 horas e funciona mesmo durante o exercício, ajudando os médicos a detectar problemas cardíacos que a tecnologia médica atual pode deixar passar. A doença cardíaca é a principal causa de morte entre os idosos e está se tornando um problema cada vez maior entre os mais jovens. Os sinais de doença cardíaca geralmente são breves e imprevisíveis, portanto, imagens cardíacas de longo prazo podem ajudar a detectar anomalias cardíacas que, de outra forma, poderiam escapar da detecção. Pesquisadores da University of California (EUA), autores do estudo, explicam que pacientes com insuficiência cardíaca podem às vezes parecer bem em repouso, já que o coração sacrifica sua eficiência para manter o mesmo débito cardíaco. Assim, levar o coração ao limite durante o exercício pode tornar aparente a falta de eficiência. O ‘dispositivo de ultrassom vestível’ permite imagens seguras, contínuas, em tempo real, de longo prazo e altamente detalhadas do coração. Saiba mais aqui.

Dispositivo de baixo custo pode medir a poluição do ar em qualquer lugara ferramenta de código aberto do Senseable City Lab do MIT permite que as pessoas verifiquem a qualidade do ar de forma barata. O detector, chamado “Flatburn, pode ser feito por impressão 3D ou encomendando peças baratas. Os pesquisadores já o testaram e calibraram em relação às máquinas de última geração existentes e estão divulgando publicamente todas as informações sobre ele – como construí-lo, usá-lo e interpretar os dados. O objetivo é que grupos comunitários (ou cidadãos individuais) em qualquer lugar possam medir a poluição do ar local, identificando suas fontes e, idealmente, criando ciclos de feedback com autoridades e partes interessadas para criar condições mais limpas, sendo a extensão atual do projeto em Nova York e Boston. Os dispositivos funcionam em comparação com os sistemas de detecção já em uso. Os pesquisadores descobriram que os detectores móveis estimaram concentrações um pouco menores de material do que os dispositivos já em uso, mas com uma correlação forte o suficiente para que, com ajustes para condições climáticas e outros fatores, os dispositivos possam produzir resultados confiáveis. Saiba mais aqui.

Plataforma de EMR (Registro Médico do Paciente) na ÍndiaO país é hoje um dos maiores e mais importante polos de digital health do mundo, devendo observada atentamente para alianças com empresas nacionais. A HealthPlix, é uma startup indiana que oferece uma “plataforma para médicos ajudarem a registrar digitalmente os dados dos pacientes”. Na Índia existem cerca de 300 mil médicos, um número minúsculo em comparação com a população, resultando que eles não encontram tempo suficiente para avaliar adequadamente cada paciente. A plataforma ajuda os médicos a diagnosticar doenças mais cedo, passando a ser um assistente em tempo integral. A startup já capacitou mais de 10 mil médicos, que atendem 2,5% de toda a população do país, com seu software (veja vídeo). A empresa atende um volume de 110 mil pacientes/dia, facilitando mais de 70 milhões de consultas até o momento, atingindo cerca de 334 municípios em 28 estados do país. Além de fornecer uma solução digital para manter o histórico e as consultas do paciente, o sistema utiliza IA para facilitar a prescrição, a busca de medicamentos e os diagnósticos mais adequados. O EMR permite que os médicos escrevam uma receita longa (100 caracteres) com apenas 8 cliques, oferecendo também a tradução das prescrições. Saiba mais aqui.

Plataforma usando GPT-3 transforma conversas em açãoO setor de saúde é o principal candidato para aplicações de IA, tanto para auxiliar no trabalho clínico quanto para aliviar dos fardos administrativos. A Nabla, uma startup francesa sediada em Paris, construiu uma ferramenta usando GPT-3 para ajudar os médicos a fazer seu trabalho. O Copilot, como é chamado o novo serviço da Nabla, está sendo lançado como um assistente digital para médicos, acessado como extensão do Chrome, para ajudar a transcrever e redirecionar informações de conversas em vídeo (com planos de lançar uma ferramenta de consulta presencial em alguns meses). Acompanhando os médicos enquanto atendem os pacientes, o Copilot traduz automaticamente as conversas com diferentes “pontos finais” baseados em documentos (por exemplo: prescrições, cartas de acompanhamento de consultas, resumos de consultas, resumos de altas, etc.). A Nabla foi uma das primeiras empresas a experimentar o GPT-3 em 2020, sendo a versão inicial usada por médicos nos EUA e na França, bem como em cerca de 20 clínicas digitais e presenciais. Saiba mais aqui.

Saliva: a próxima fronteira na detecção do câncerCientistas estão encontrando sinais de tumor na saliva, podendo ser a chave para o desenvolvimento de testes diagnósticos para vários tipos de câncer. As glândulas salivares de um adulto médio produzem entre 500 e 1.500 mililitros de saliva, que além de enzimas, hormônios, anticorpos, mediadores inflamatórios, restos de comida e microorganismos, ela contém traços de DNA e RNA ou proteínas de tumores. O estudo “Saliva Diagnostics”, publicado em 2022, mostra que o campo está se desenvolvendo rapidamente devido ao progresso das “ciências ômicas”, que analisam grandes coleções de moléculas envolvidas no funcionamento de um organismo. Por exemplo, o proteoma da saliva— um catálogo exaustivo das proteínas presentes nesse fluido — já está disponível, e sabe-se que “entre 20% e 30% do proteoma da saliva se sobrepõe ao do sangue”. Embora o estudo do diagnóstico por meio da saliva seja relativamente novo, os cientistas estão começando a procurar DNA tumoral circulante, que é o DNA eliminado das células cancerígenas quando um tumor está presente no corpo. Vários estudos identificaram biomarcadores – como proteínas produzidas em maior quantidade em células cancerígenas ou alterações genéticas que ocorrem em células tumorais – que podem ser usados ​​para detectar tumores de cabeça e pescoço, mama, esôfago, pulmão, pâncreas e ovário, bem como para monitorar a resposta do paciente às terapiasSaiba mais aqui.

O futuro é feito de possibilidades que ainda não existem, mas que sinalizam sobre sua chegada. Nesse sentido, identificar e estudar as inovações em curso pode nos sinalizar soluções singulares, embasadas em evidências científicas ou em tecnologias que já se mostram atraentes em outras lugares (sim, as vezes o “futuro chega mais cedo” em outras nações). O porvir sempre desafia nossos modelos mentais, e, eventualmente, “engravida nossas suposições”.

Fonte: Saúde Bisness

Redação
Redaçãohttp://www.360news.com.br
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